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Coronavírus supera Sars na China e se aproxima do Brasil

A expectativa dos epidemiologistas é que o pico de notificações de casos de coronavírus ocorra nos próximos dez dias

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Hospital em Hong Kong: bolsa local caiu 2,8% nesta quinta-feira  (Cnsphoto/Reuters)

Hospital em Hong Kong: bolsa local caiu 2,8% nesta quinta-feira (Cnsphoto/Reuters)

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Redação Exame

Publicado em 30 de janeiro de 2020 às, 06h29.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2020 às, 09h30.

São Paulo — O coronavírus já contaminou 8.100 pessoas e causou a morte de 170 na China, superando os números da grande epidemia respiratória anterior no país, a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa), entre 2002 e 2003.

Um fato que traz especial preocupação às autoridades é a velocidade de propagação: enquanto com a Sars foram precisos seis meses para chegar a esses números, o coronavírus começou a se espalhar há apenas um mês.

O peso da epidemia para a economia chinesa e global é incerto, mas a preocupação cresce junto com o avanço dos casos. Analistas da gestora Nomura escreveram em relatório que os impactos econômicos do coronavírus também podem ser piores que os do Sars, há 17 anos. Lá, a economia chinesa perdeu dois pontos percentuais de crescimento de um trimestre para o outro.

Desta vez, segundo a Nomura, o PIB do primeiro trimestre pode passar de um avanço de 6% visto no fim de 2019 para menos de 4%. A dúvida que fica é a capacidade chinesa de recuperar o passo ao longo de 2020 — mas isso depende do avanço da doença.

Ontem, o presidente do Federal Reserve (o banco central americano), Jerome Powell, afirmou que o surto internacional do coronavírus é uma “questão muito séria” e terá “impactos na economia da China” no curto prazo.

De incerteza em incerteza, a bolsa de Hong Kong caiu 2,8% nesta quinta-feira e a de Taiwan, que retomou hoje as atividades após o feriado de ano novo, despencou 5,8%. As bolsas na China continental seguem fechadas pelo menos até a semana que vem.

O vírus parece estar cada vez mais perto do Brasil. O Ministério da Saúde registra que há nove casos suspeitos em seis estados: São Paulo (3), Santa Catarina (2), Rio de Janeiro (1), Paraná (1), Ceará (1) e Minas Gerais (1).

O caso que apresenta mais evidências de se tratar da nova doença é o de uma estudante de Belo Horizonte que esteve na cidade chinesa de Wuhan, epicentro da epidemia. Ela está em isolamento e aguarda o resultado do exame que confirmará (ou não) a doença para esta sexta-feira (31).

Já houve a notificação de 33 casos suspeitos no país – 20 rapidamente foram descartados. Outros quatro casos suspeitos foram submetidos a exames, que diagnosticaram outras doenças. Faltam ainda os resultados dos testes dos nove pacientes que estão sendo monitorados.

Com cerca de 250 pessoas chegando da China diariamente no Brasil, é possível que novos casos surjam no país. O governo não bloqueou a entrada de viajantes vindos daquele país.

O rápido avanço da doença no mundo fez com que o Ministério da Saúde elevasse o grau de risco do coronavírus para nível 2, que significa “perigo eminente”, na terça-feira, dia 28. O maior grau é o nível 3 e ocorre após a confirmação de um caso dentro do território do país.

Mais contagioso e menos letal do que a Sars, o coronavírus deve continuar se espalhando rapidamente, sobretudo, na Ásia. A expectativa dos epidemiologistas é que o pico de notificações de casos ocorra nos próximos dez dias. Ou seja, vai piorar antes de melhorar.

Por isso mesmo, na quarta-feira, o Ministério das Finanças da China anunciou que foram destinados quase 4 bilhões de dólares para a prevenção e o controle da doença. E esse deve ser só começo do que ainda deverá ser investido para conter a epidemia.

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