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Coronavírus adia eleições nos EUA e voto por correio passa a ser discutido

Já são 13 estados que adiaram as primárias para as eleições presidenciais do país

Estados Unidos: locais de votação estão vazios por conta do covid-19 (The Washington Post/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2020 às 16h07.

Última atualização em 21 de março de 2020 às 16h09.

Ao menos 13 estados adiaram as primárias para as eleições presidenciais nos Estados Unidos , a fim de conter o avanço do coronavírus no país. Georgia, Ohio, Maryland, Indiana, Louisiana Connecticut e Kentucky postergaram para maio ou junho. O conselho de eleições de Rhode Island recomendou que a realização em junho, enquanto autoridades de Wisconsin estão debatendo o que fazer. Outros Estados ainda poderão fazer o mesmo, já que órgãos de saúde têm alertado que as medidas de contenção do vírus devem durar semanas e possivelmente, meses.

Na última terça-feira (17), os Estados do Arizona, Flórida e Illinois realizaram suas primárias, como previsto, enquanto Ohio adiou o evento após autoridades do governo terem encorajado pessoas com mais de 65 anos a ficar em casa. O segundo turno das eleições no Alabama e no Mississippi também foi postergado, assim como as eleições em Oklahoma, Missouri, Nova Jersey e Texas.

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As primárias têm papel relevante na decisão sobre quais candidatos representarão os partidos nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, marcadas para novembro. "Normalmente quando lidamos com uma crise em eleições, é algo que acontece e depois acaba. Agora se trata de uma ameaça que se espalha e aumenta rapidamente; não sabemos onde, quando e como terminará", disse o diretor de eleições da Georgia, Chris Harvey. "Em algum momento, teremos de realizar as eleições", acrescentou.

Políticos do Estado têm feito um grande esforço para ampliar a votação de ausentes em maio. O presidente do Comitê Nacional Democrata, Tom Perez, também tem atuado para que as eleições sejam realizadas principalmente pelo correio. Mas a troca será difícil para alguns Estados e impossível para outros.

Em vários, haveria necessidade de legislação ou mesmo emenda constitucional para permitir o voto pelos correios. Outro problema seriam os custos e obstáculos logísticos para implementar a ideia. Seria preciso definir, por exemplo, se contribuintes ou eleitores individuais teriam de se responsabilizar pela postagem de retorno do voto. Em muitos lugares, além disso, o governo teria de providenciar novas máquinas e softwares para rastrear as cédulas no correio, contá-las e processá-las quando fossem devolvidas. Tais medidas podem custar bilhões de dólares, em um momento em que as receitas dos Estados provavelmente cairão com o aumento do desemprego e a menor arrecadação de impostos.

Alguns especialistas lembram ainda que nem todos os eleitores podem preencher as cédulas manualmente e que o envio de cédulas por correio pode acabar deixando de fora alguns eleitores, como os nativos americanos que vivem em reservas onde o correio não é entregue em todas as casas.

A data das eleições gerais, novembro, é definida por lei federal. Já foi apresentada proposta de lei federal que permitiria a todos os eleitores receber uma cédula por correio para as votações de novembro, assim como a designação de fundos federais para ajudar os Estados a cobrirem os custos.

O Centro Brennan para a Justiça, da Faculdade de Direito da New York University, está demandando que todos os Estados implementem planos voltados à realização de uma eleição em meio à pandemia. O Centro também tem cobrado do Congresso recursos para ajudar os Estados. A estimativa é que seriam necessários até US$ 2 bilhões, montante que incluiria o dinheiro necessário para a votação universal por correio.

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