Seul - A Coreia do Sul e a China protestaram, nesta segunda-feira, contra a reavaliação por parte do governo japonês de um pedido de desculpas feito em 1993 a mulheres, muitas delas coreanas e chinesas, forçadas a trabalhar como escravas sexuais em bordéis japoneses durante a guerra.
Os dois países pediram que o Japão pare de tentar apagar a história. O vice-ministro de Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yong, convocou o embaixador japonês, Bessho Koro, para reclamar, dizendo que Tóquio estava tentando derrubar suas próprias desculpas, mesmo após a história por trás das “mulheres de conforto”, como eram chamadas, ter sido reconhecida internacionalmente.
“O Japão tem de entender que quanto mais o governo Abe tentar derrubar a Declaração de Kono, mais sua credibilidade e reputação internacional irão sofrer”, disse Cho. “Mulheres de conforto” é um eufemismo para as mulheres que foram forçadas a atuar em bordéis militares e servir os soldados antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
A Coreia do Sul protestou contra a conclusão de um painel japonês que revisou a Declaração de Kono, de 1993 —assim chamada em homenagem ao então secretário-chefe de gabinete, Yohei Kono. A revisão analisou se os dois países haviam trabalhado juntos sobre o uso cuidadoso das palavras de desculpa.
Essa revisão rejeitou a conclusão de que a Coreia do Sul estava envolvida na formulação da desculpa, dizendo que o documento foi uma declaração formal feita pelo governo japonês e que os fatos por trás da questão das “mulheres de conforto” nunca foram levados à discussão.
Esse tópico há tempos tem sido um espinho nas relações entre os dois países. A Coreia do Sul diz que o Japão não fez o suficiente para reparar o sofrimento das mulheres e que qualquer tentativa de questionar a legitimidade das desculpas é uma indicação de falta de sinceridade.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, também pediu que o Japão adote medidas para lidar com os problemas de seu legado histórico.
“A alegada investigação do Japão mais uma vez revela que não está disposto a encarar a história e está até mesmo tentando apagar ou negar as reais intenções de seus crimes de invasão”, disse Hua a repórteres. O Japão invadiu a China em 1937 e governou partes dela com uma repressão brutal durante oito anos.
O legado do governo colonial japonês na península coreana, de 1910 a 1945, complicou os laços entre os dois países. Ambos são fortes aliados dos Estados Unidos na região e, ao lado da China, estão envolvidos nos esforços para acabar com os programas nuclear e balístico da Coreia do Norte.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, questionou a Declaração de Kono no passado, e, em um movimento considerado como uma concessão à base conservadora, o governo pediu que cinco especialistas revisassem a declaração. Mas, consciente do potencial embate diplomático, Abe também disse que não iria retificá-la.
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1. O Dia D, 70 anos depois
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São Paulo - Há 70 anos, em 6 de junho de 1944, a história estava sendo escrita na Normandia, na costa francesa. Era o Dia D, ponto crucial da Segunda Guerra Mundial. Naquele dia, 156 mil soldados aliados - tropas dos EUA, Reino Unido, Canadá, França e Noruega - desembarcaram nas praias francesas. Era o momento de libertar a França dos nazistas. Era, também, o capítulo final da derrocada de Hitler, que já via o fracasso no horizonte. Hoje (6), líderes mundiais - incluindo Barack Obama, Vladimir Putin, Rainha Elizabeth II e Angela Merkel - se reuniram em uma cerimônia para homenagear as vítimas daquela batalha e também os veteranos até hoje vivos. Conheça a seguir 11 desses veteranos que estavam presentes no Dia D - e que foram entrevistados e fotografados pelo Getty Images:
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2. Vera Hay
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A inglesa Vera Hay, hoje com 92 anos, era enfermeira do Queen Alexandras Royal Army Nursing Corps e foi uma das primeiras enfermeiras a chegar nas praias da Normandia, após o desembarque do Dia D. Ela cuidava de 200 soldados machucados por dia. "Nós cuidávamos tanto de nossos soldados machucados quanto dos prisioneiros alemães feridos. Todos eles eram pacientes para nós, não havia diferença", diz.
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3. Frank Rosier
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O inglês Frank Rosier, hoje com 88 anos, tinha apenas 18 anos quando desembarcou em 6 de junho de 1944 na Normandia, como soldado do 2º Batalhão, da 56ª Brigada Independente. Ele lutou na infantaria durante três meses, até ser ferido por um morteiro em Le Havre, que explodiu próximo ao seu olho. "Como um garoto de Londres que tinha sobrevivido aos bombardeios alemães e que nunca tinha visto uma pessoa morta, a carnificina da Normandia foi uma experiência chocante", disse.
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4. Eddie Wallace
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Eddie Wallace, hoje com 90 anos, servia no 86º Regimento Antiaéreo do Reino Unido na ocasião do Dia D. Ele era um atirador honorífico quando desembarcou na Normandia. "Uma das coisas que não sai de minha memória são os corpos que se espalhavam pela praia e pelo mar, flutuando ao nosso redor. Alguns de meus amigos passaram mal quando viram a cena".
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5. Geoff Pattison
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Geoff Pattison, de 90 anos, deveria desembarcar com sua tropa no dia D em Merville. Contudo, durante o voo para a França, um problema o obrigou a aterrissar na Inglaterra. Ele voltou para a França dias depois do Dia D e lá lutou por algumas semanas, até ser ferido por uma máquina alemã de artilharia.
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6. Fred Glover
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Fred Glover, hoje com 88 anos, era um garoto de 18 anos na Segunda Guerra. Ele fazia parte do 9º Batalhão de Paraquedas da Inglaterra, que deveria desembarcar no meio de Merville, dando conta das tropas do Eixo ali enquanto o restante do batalhão lutava na praia. No Dia D, ele foi ferido e capturado pelas tropas inimigas, mas conseguiu escapar para Paris.
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7. Eddie Linton
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7/13 (Matt Cardy/Getty Images)
Eddie Linton, de 88 anos, era da Marinha britânica na ocasião do Dia D. "Minha memória daquele tempo é ir até o deque pela manhã e ver muitos navios atracados na praia. Nunca tinha visto tantos navios. Ali eu sabia que alguma coisa estava para acontecer".
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8. Pat Churchill
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Pat Churchill, de 90 anos, era do 2º Regimento Real de Marines, que desembarcou na Praia de Juno, na França. "Lembro-me da maré baixando e vindo à tona todas aquelas centenas de embarcações afundadas cheias de homens e eu pensando 'pobres diabos'".
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9. Denzil Cooper
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Denzil Cooper, de 92 anos, era co-piloto de um planador Horsa, que transportava tropas. Seu avião acabou não pousando na praia no Dia D, voltando para futuras operações. "A cauda do avião se partiu, mas pude observar o avião pousando em segurança, mesmo que pela metade".
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10. Alastair Mackie
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O comandante Alastair Mackie, de 92 anos, era piloto da Royal Air Force, do Reino Unido. No Dia D, dava apoio ao 3º regimento de paraquedistas. "Lembro-me de decolar a uma hora da manhã e despejar paraquedistas pelas praias da Normandia. A Marinha Britânica estava ali e era terrível pensar que eles poderiam nos atingir por engano".
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11. Edwin Hunt
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Edwin Hunt, de 94 anos. Ele era capitão da divisão de engenharia do exército inglês. Sobre o Dia D, ele diz: "Lembro-me com satisfação que os feridos eram rapidamente atendidos e voltavam para a Inglaterra. Era garantido que eu poderia estar em casa ao entardecer se fosse ferido".
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12. David Tibbs
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David Tibbs, de 94 anos, era capitão e médico. Servia na divisão aérea e dos paraquedistas. Ele foi condecorado com a Cruz Militar, por cuidar dos feridos nos campos, mesmo sob fogo cruzado. "Lembro-me de, do alto, ver a linha branca do mar na costa da Normandia, a onda para os surfistas. Então nos mandaram saltar".
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13. Agora conheça obras-primas da arquitetura
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