Coreia do Norte suspende último projeto restante com Sul
Norte-coreanos decidiram suspender polo industrial de Kaesong em mas uma ação provocativa contra a Coreia do Sul e os EUA
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2013 às 10h20.
Paju - A Coreia do Norte suspendeu nesta segunda-feira seu último projeto importante em conjunto com a Coreia do Sul, após semanas de ameaças de Pyongyang contra Seul e os Estados Unidos.
A decisão norte-coreana de praticamente desativar o polo industrial de Kaesong coincidiu com especulações de que o país realizará alguma ação provocativa - mais um teste de armas nucleares ou lançamento de mísseis-, naquela que se tornou uma das mais graves crises na região desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.
A tensão vem crescendo desde que a ONU impôs novas sanções ao regime comunista do Norte, em resposta ao seu terceiro teste de armas atômicas, em fevereiro. Depois, um exercício militar conjunto dos EUA com a Coreia do Sul irritou ainda mais o Norte, que ameaçou os dois países inimigos com uma guerra nuclear.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que qualquer conflito na península pode causar uma devastação maior do que o acidente nuclear de Chernobyl (Ucrânia), em 1986.
"Eu não faria segredo disso, estamos preocupados com a escalada na península coreana, porque somos vizinhos", disse Putin em entrevista coletiva durante visita à Alemanha.
"E se, Deus nos livre, algo acontecer, Chernobyl, sobre o qual todos nós sabemos muito, pode parecer como um conto de fadas infantil. Existe tal ameaça ou não? Acho que sim... Eu pediria a todos para que se acalmem... e comecem a resolver os problemas que se acumularam nos últimos anos na mesa de negociações." O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, disse que a Coreia do Norte não pode continuar "confrontando" o Conselho de Segurança da ONU e a comunidade internacional.
"Sinceramente espero que eles cumpram completamente as resoluções relevantes do Conselho de Segurança. Esse é um apelo urgente e franco por parte da comunidade internacional, inclusive da minha própria parte." Um alto funcionário da Coreia do Norte disse à KCNA, agência estatal de notícias do país, após visita a Kaesong, que as autoridades vão retirar de lá os trabalhadores norte-coreanos, para então decidir sobre a continuidade das operações industriais.
"(O governo) vai suspender temporariamente as operações na zona e examinará a questão de se permitirá sua existência ou a fechará", disse Kim Yang Gon, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia (partido único).
A KCNA disse que a Coreia do Sul está "percorrendo toda a escala de intrigas a fim de encontrar um pretexto para detonar uma guerra (contra a Coreia do Norte), depois de ter reduzido a zona industrial de Kaesong a um teatro de confrontação".
Na semana passada, a Coreia do Norte proibiu o acesso de sul-coreanos ao polo industrial. O esgotamento das matérias-primas industriais e dos mantimentos fez com que trabalhadores sul-coreanos ainda presentes no local começassem a sair nos últimos dias.
Analistas sugerem, no entanto, que o regime norte-coreano não vai desativar Kaesong, já que essa zona industrial ao norte da fronteira, onde funcionam 123 empresas sul-coreanas, representa um comércio de 2 bilhões de dólares por ano e emprega 50 mil norte-coreanos. Seus salários, num valor superior a 80 milhões de dólares por ano, são pagos diretamente ao governo norte-coreano, e não aos próprios trabalhadores.
Cerca de 475 sul-coreanos continuam em Kaesong. Treze fábricas interromperam a produção devido à falta de matéria-prima, segundo o Ministério da Unificação sul-coreano.
Paju - A Coreia do Norte suspendeu nesta segunda-feira seu último projeto importante em conjunto com a Coreia do Sul, após semanas de ameaças de Pyongyang contra Seul e os Estados Unidos.
A decisão norte-coreana de praticamente desativar o polo industrial de Kaesong coincidiu com especulações de que o país realizará alguma ação provocativa - mais um teste de armas nucleares ou lançamento de mísseis-, naquela que se tornou uma das mais graves crises na região desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.
A tensão vem crescendo desde que a ONU impôs novas sanções ao regime comunista do Norte, em resposta ao seu terceiro teste de armas atômicas, em fevereiro. Depois, um exercício militar conjunto dos EUA com a Coreia do Sul irritou ainda mais o Norte, que ameaçou os dois países inimigos com uma guerra nuclear.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que qualquer conflito na península pode causar uma devastação maior do que o acidente nuclear de Chernobyl (Ucrânia), em 1986.
"Eu não faria segredo disso, estamos preocupados com a escalada na península coreana, porque somos vizinhos", disse Putin em entrevista coletiva durante visita à Alemanha.
"E se, Deus nos livre, algo acontecer, Chernobyl, sobre o qual todos nós sabemos muito, pode parecer como um conto de fadas infantil. Existe tal ameaça ou não? Acho que sim... Eu pediria a todos para que se acalmem... e comecem a resolver os problemas que se acumularam nos últimos anos na mesa de negociações." O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, disse que a Coreia do Norte não pode continuar "confrontando" o Conselho de Segurança da ONU e a comunidade internacional.
"Sinceramente espero que eles cumpram completamente as resoluções relevantes do Conselho de Segurança. Esse é um apelo urgente e franco por parte da comunidade internacional, inclusive da minha própria parte." Um alto funcionário da Coreia do Norte disse à KCNA, agência estatal de notícias do país, após visita a Kaesong, que as autoridades vão retirar de lá os trabalhadores norte-coreanos, para então decidir sobre a continuidade das operações industriais.
"(O governo) vai suspender temporariamente as operações na zona e examinará a questão de se permitirá sua existência ou a fechará", disse Kim Yang Gon, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia (partido único).
A KCNA disse que a Coreia do Sul está "percorrendo toda a escala de intrigas a fim de encontrar um pretexto para detonar uma guerra (contra a Coreia do Norte), depois de ter reduzido a zona industrial de Kaesong a um teatro de confrontação".
Na semana passada, a Coreia do Norte proibiu o acesso de sul-coreanos ao polo industrial. O esgotamento das matérias-primas industriais e dos mantimentos fez com que trabalhadores sul-coreanos ainda presentes no local começassem a sair nos últimos dias.
Analistas sugerem, no entanto, que o regime norte-coreano não vai desativar Kaesong, já que essa zona industrial ao norte da fronteira, onde funcionam 123 empresas sul-coreanas, representa um comércio de 2 bilhões de dólares por ano e emprega 50 mil norte-coreanos. Seus salários, num valor superior a 80 milhões de dólares por ano, são pagos diretamente ao governo norte-coreano, e não aos próprios trabalhadores.
Cerca de 475 sul-coreanos continuam em Kaesong. Treze fábricas interromperam a produção devido à falta de matéria-prima, segundo o Ministério da Unificação sul-coreano.