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Coreia do Norte exige que Seul e EUA cancelem manobras

Manobras no ano passado geraram uma intensa campanha de hostilidades de Pyongyang


	Coreia do Norte: "advertimos severamente as autoridades dos EUA e da Coreia do Sul para que interrompam estes perigosos exercícios militares", diz comunicado
 (Cancan Chu/Getty Images)

Coreia do Norte: "advertimos severamente as autoridades dos EUA e da Coreia do Sul para que interrompam estes perigosos exercícios militares", diz comunicado (Cancan Chu/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 07h44.

Seul - A Coreia do Norte exigiu nesta quinta-feira que Seul e os Estados Unidos cancelem seus próximos exercícios militares (chamados de "Key Resolve" e o "Foal Eagle"), manobras que no ano passado geraram uma intensa campanha de hostilidades de Pyongyang e que aumentou enormemente a tensão na região.

Caso os dois exercícios anuais aconteçam, "as relações Norte-Sul chegariam a um ponto morto" provocando "um Holocausto inimaginável", advertiu o regime de Kim Jong-un por meio de um comunicado publicado pela agência estatal "KCNA".

"Advertimos severamente as autoridades dos EUA e da Coreia do Sul para que interrompam estes perigosos exercícios militares", afirmou o comunicado.

Horas após a publicação, o Governo da Coreia do Sul, por meio de um porta-voz do Ministério da Defesa, reiterou sua postura de que "realizará represálias contra a Coreia do Norte" em caso de "provocações militares".

O "Key Resolve", cuja data ainda não foi determinada, mobilizará durante duas semanas, provavelmente entre fevereiro e março, milhares de soldados sul-coreanos e americanos para simular cenários de combate contra o Norte, enquanto o "Foal Eagle" durará cerca de dois meses e vai acontecer entre março e abril.

No comunicado da "KCNA", a Coreia do Norte qualificou as manobras anuais como "ensaios de uma guerra nuclear" e "provocações militares". Além disso, negou que sejam "de natureza defensiva" como afirmam Seul e Washington.

O regime norte-coreano lembrou que o líder Kim Jong-un expressou em sua mensagem de Ano Novo o desejo de melhorar as relações com a Coreia do Sul, algo que não será possível se forem realizados esses exercícios, advertiu.

Em resposta a esta advertência, um porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano exigiu que a Coreia do Norte abandone sua "conduta para solapar a confiança" e mostre uma atitude responsável se realmente deseja melhorar as relações bilaterais.

Em março e abril do ano passado, a Coreia do Norte empreendeu uma campanha de hostilidades sem precedentes contra Seul e Washington em resposta à realização dos exercícios militares e às novas sanções impostas pela ONU ao país comunista por seu último teste nuclear.

A agressiva campanha de Pyongyang, que incluiu ameaças de guerra constantes e o fechamento do complexo industrial intercoreano de Kaesong, elevou a tensão na península da Coreia para níveis comparáveis aos do bombardeio norte-coreano da ilha de Yeonpyeong em novembro de 2010.

Os EUA mantêm 28,5 mil efetivos militares na Coreia do Sul e se compromete a defender seu aliado em um hipotético ataque do Norte como herança da Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício que nunca foi substituído por um tratado de paz definitivo.

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