Mundo

Coreia do Norte é uma ameaça nuclear real, diz Washington Post

Jornal americano afirmou que os norte-coreanos desenvolveram uma arma nuclear suficientemente compacta para ser transportada por um míssil balístico

Kim Jong-Un : este ano o regime norte-coreano provou ter a capacidade de lançar um míssil balístico intercontinental (ICBM) em dois testes, o mais recente no dia 28 de julho (KCNA/Reuters)

Kim Jong-Un : este ano o regime norte-coreano provou ter a capacidade de lançar um míssil balístico intercontinental (ICBM) em dois testes, o mais recente no dia 28 de julho (KCNA/Reuters)

A

AFP

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 10h01.

Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 10h32.

Os Estados Unidos acreditam que a Coreia do Norte desenvolveu uma arma nuclear suficientemente compacta para ser transportada por um míssil balístico, convertendo-se em uma ameaça real, revelou o Washington Post nesta terça-feira, citando um relatório de inteligência.

Mas apesar dos rápidos progressos de Pyongyang no campo da tecnologia bélica, especialistas consideram que ainda há obstáculos a superar para que a Coreia do Norte represente uma ameaça nuclear aos Estados Unidos.

- Qual é a capacidade nuclear da Coreia do Norte? -

A Coreia do Norte realizou cinco testes com bombas nucleares. O último, em 9 de setembro de 2016, utilizou um artefato do tamanho da bomba que os Estados Unidos lançaram sobre Nagasaki em 1945. Pyongyang declarou que iria compactar e padronizar o dispositivo para seu uso em mísseis balísticos.

Este ano o regime de Kim Jong-Un provou ter a capacidade de lançar um míssil balístico intercontinental (ICBM) em dois testes, o mais recente no dia 28 de julho, e exibiu um vetor com alcance teórico de 10 mil quilômetros, com capacidade para atingir grande parte dos Estados Unidos e Europa, incluindo NovaYork e Paris.

- O arsenal nuclear norte-coreano supõe uma ameaça imediata? -

Além dos mísseis com tecnologia para atingir alvos determinados, Pyongyang precisa garantir que suas bombas, transportadas por ICBMs, sobrevivam a um reingresso da alta atmosfera a uma velocidade de 25.800 quilômetros por hora.

É possível que suas ogivas nucleares sejam suficientemente robustas para resistir a velocidades mais lentas de um míssil de alcance menor, com capacidade para atingir o Japão, mas isto é pouco provável com um ICBM, segundo especialistas.

Michael Elleman, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), avalia que o veículo de reingresso no teste de 28 de julho provavelmente se desintegrou.

Siegfried Hecker, especialista nuclear da Universidade de Stanford, estima que serão necessários mais cinco anos para a Coreia do Norte ter um veículo de reingresso suficientemente forte.

- Que outros obstáculos técnicos enfrenta Pyongyang? -

O programa nuclear de Pyongyang está muito limitado pelo pequeno volume de urânio e plutônio, especialmente plutônio, preferível para uma ogiva de ICBM, explicou Hecker, que visitou a Coreia do Norte várias vezes para inspecionar as atividades atômicas.

Segundo Hecker, os estoques de urânio e plutônio combinados são suficientes para apenas 20 a 25 armas nucleares.

Mas segundo o relatório citado pelo Washington Post, Pyongyang já tem 60 armas nucleares em seu arsenal.

Acompanhe tudo sobre:Armas nuclearesCoreia do NorteEstados Unidos (EUA)JornaisWashington Post

Mais de Mundo

Após ser atingido por ciclones e terremotos em um mês, Cuba recebe ajuda internacional

Bruxelas diz que negociação com Mercosul está progredindo, mas não dá prazo para conclusão

EUA criticam mandados de prisão da Corte de Haia contra Netanyahu e ex-ministro

Em autobiografia, Angela Merkel descreve Trump como alguém 'fascinado' por autocratas