Imagem de lançamento de míssil na Coreia do Norte em 18 de dezembro de 2022 (AFP/AFP Photo)
AFP
Publicado em 23 de dezembro de 2022 às 10h19.
A Coreia do Norte lançou, nesta sexta-feira (23), dois mísseis balísticos de curto alcance, o mais recente de uma série de testes armamentistas, apesar das sanções internacionais.
"Nossos militares detectaram dois mísseis balísticos de curto alcance lançados pela Coreia do Norte no Mar do Leste a partir da área de Sunan, em Pyongyang, por volta das 16H32 (4H32 de Brasília)", afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, em referência ao que também é conhecido como Mar do Japão.
Os dois mísseis voaram 250 km e 350 km, respectivamente, antes de caírem no Mar do Leste, acrescenta o comunicado. "Nosso exército mantém uma postura de plena disponibilidade, coopera de perto com os Estados Unidos e reforça a vigilância", diz a nota.
O Japão confirmou o lançamento a partir de Pyongyang. O porta-voz do governo nipônico, Hirokazu Matsuno, chamou as últimas provocações da Coreia do Norte de "absolutamente inaceitáveis".
Os lançamentos acontecem após um ano sem precedentes de testes de armas por parte da Coreia do Norte, incluindo o disparo, em novembro, do míssil balístico intercontinental (ICBM) mais avançado do país.
A influente irmã do líder Kim Jong Un afirmou esta semana que a Coreia do Norte desenvolveu uma tecnologia para obter imagens do espaço com um satélite espião.
Estados Unidos e Coreia do Sul alertam há meses que a Coreia do Norte está perto de realizar seu sétimo teste nuclear.
Os dois países organizaram na terça-feira um exercício aéreo conjunto e mobilizaram um bombardeiro estratégico americano B-52H na península da Coreia, segundo um comunicado do Estado-Maior Conjunto.
O bombardeiro pesado de longo alcance participou em um exercício que incluiu os aviões militares mais avançados dos EUA e da Coreia do Sul, os caças F-22 e F-35.
O lançamento desta sexta-feira aconteceu poucas horas depois de a Casa Branca afirmar que Pyongyang forneceu armas ao grupo militar privado russo Wagner.
Este grupo é administrado por Yevgeny Prigozhin, um empresário conhecido como o "cozinheiro de Putin", que foi durante algum tempo um dos principais fornecedores de alimentos da cozinha do Kremlin.
Em uma declaração da agência estatal de notícias KCNA, o ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte negou qualquer negociação de armas com a Rússia e afirmou que a história foi "inventada por algumas forças desonestas".
Embora a Coreia do Norte enfrente sanções internacionais por seus programas de armas e nuclear, Pyongyang realizou um número recorde de testes armamentistas este ano, incluindo o lançamento de seu ICBM mais desenvolvido até o momento.
Todos os ICBMs conhecidos do país até agora utilizam combustível líquido. O dirigente norte-coreano afirmou no ano passado que deseja ter um míssil de combustível sólido que possa ser lançado a partir da terra ou de um submarino.
Os foguetes de combustível líquido são difíceis de operar e exigem mais tempo de preparação para a decolagem, o que os torna mais lentos e mais fáceis de detectar e destruir para o inimigo.
Kim Jong Un anunciou a intenção de ter a força nuclear mais poderosa do mundo e classificou a condição da Coreia do Norte como potência nuclear como "irreversível".
O país enfrenta desde 2006 várias sanções do Conselho de Segurança da ONU por suas atividades nucleares e balísticas.
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