Regime de Kim Jong-un interpretou a agressão ao embaixador como "uma demonstração da resistência" da sociedade sul-coreana (KCNA/Reuters/BBC)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2015 às 09h13.
Seul - A Coreia do Norte considerou "um merecido castigo" o ataque à faca sofrido nesta quinta-feira pelo embaixador dos Estados Unidos em Seul, Mark Lippert, que sofreu ferimentos no rosto e em uma mão.
O autor da agressão foi um ativista radical sul-coreano. O regime de Kim Jong-un interpretou a agressão ao embaixador como "uma demonstração da resistência" da sociedade sul-coreana à "crise de guerra provocada pelos exercícios militares conjuntos" de Seul e Washington, informou a agência estatal norte-coreana "KCNA" em um comunicado.
Um indivíduo identificado como Kim Ki-jong, de 55 anos, atacou por trás Lippert com uma faca de cozinha de 25 centímetros. O homem cortou o lado direito do rosto do embaixador e seu punho esquerdo. A agressão ocorreu durante um café da manhã no Centro de Arte Sejong, em frente à embaixada dos EUA, em pleno centro de Seul.
Após o ataque, Kim gritou palavras contra as manobras militares Key Resolve e Foal Eagle, que os exércitos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul iniciaram de maneira conjunta em território sul-coreano na segunda-feira passada.
Todos os anos os dois países aliados realizam simulações de resposta a um ataque norte-coreano com manobras por terra, mar e ar. Os exercícios são duramente criticados pela Coreia do Norte e grupos radicais da Coreia do Sul.
Kim é líder de uma organização chamada Woorimadang ("Nosso Lugar"), um pequeno grupo de tendência ultranacionalista que conta com 54 integrantes. No site da organização, o grupo critica duramente a presença de 28.500 soldados do exército dos EUA na Coreia do Sul,
O embaixador, de 42 anos e no cargo desde o ano passado, foi levado para um hospital próximo onde se recupera dos ferimentos, nenhum deles de gravidade. O agressor está preso.