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Coreia do Norte afirma ter mísseis capazes de atingir os EUA

Dessa forma, o governo reage ao acordo entre Washington e Seul que amplia o alcance dos mísseis sul-coreanos

A bandeira norte-coreana é vista perto de mísseis em uma parada militar: especialistas sul-coreanos acham que a advertência de Pyongyang é um "blefe" da Coreia do Norte (Ed Jones/AFP/AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 11h08.

Seul - A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira que possui mísseis estratégicos capazes de atingir o território dos Estados Unidos, reagindo ao acordo concluído no domingo entre Washington e Seul para ampliar o alcance dos mísseis sul-coreanos.

Em um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias norte-coreana KCNA, o porta-voz da Comissão de Defesa Nacional declara que seus mísseis estratégicos têm alcance "não apenas para atingir as forças americanas na península coreana, mas também no Japão, Guam e até no território dos Estados Unidos".

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Pyongyang - acrescentou - está pronta para enfrentar qualquer inimigo com "capacidade nuclear contra capacidade nuclear, míssil contra míssil".

A advertência ocorre dois dias após a Coreia do Sul anunciar um acordo com os Estados Unidos para quase triplicar o alcance de seus mísseis, cobrindo a totalidade do território norte-coreano.

O alcance dos mísseis sul-coreanos se estenderá a 800 km, contra os 300 km atuais. Os Estados Unidos contam com 28.500 soldados em território sul-coreano, que garantem um "guarda-chuva nuclear" em caso de ataque. Em troca disso, Seul aceitou limitar o alcance de seus mísseis em 2001 para acalmar a tensão que reinava na península.


Vários especialistas sul-coreanos entrevistados pela AFP acham que a advertência de Pyongyang é um enésimo "blefe" da Coreia do Norte, que foi de fracasso em fracasso em seus esforços para desenvolver mísseis intercontinentais.

"Não existe nenhuma prova de que a Coreia do Norte tenha testado com êxito um míssil de alcance suficiente como para atingir o território norte-coreano", explicou Yun Duk-Min, professor da Academia Nacional de Diplomacia de Seul.

Segundo ele, Pyongyang tenta "levantar o ânimo de seu exército e congregar os norte-coreanos em torno de Kim Jong-Un".

"O exército norte-coreano sofre uma queda da disciplina e o descontentamento popular cresce por causa do agravamento da carência alimentar depois das catástrofes naturais deste verão", acrescentou Yun em referência à seca seguida de inundações, que prejudicaram as colheitas.

A Coreia do Norte tenta desenvolver um míssil intercontinental, o Taepodong-2, mas até o momento os testes não tiveram sucesso.

Em abril passado, os norte-coreanos fracassaram em colocar um satélite em órbita com um foguete, em uma operação que os Estados Unidos e a ONU qualificaram de teste disfarçado de um míssil Taepodong-2 de três estágios.

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