Coreia do Norte acusa Seul e EUA por veneno que matou Kim
O país afirmou que "apenas os EUA e alguns outros países ainda possuem o agente nervoso VX encontrado no corpo de Kim"
EFE
Publicado em 1 de março de 2017 às 10h35.
Última atualização em 1 de março de 2017 às 10h39.
Seul - O regime da Coreia do Norte acusou nesta quarta-feira a Coreia do Sul de proporcionar o agente químico que matou Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder norte-coreano, na Malásia e insinuou que a substância tóxica teria sido introduzida no país vizinho vinda dos Estados Unidos.
"Em vista que as mulheres detidas como suspeitas do assassinato visitaram a Coreia do Sul várias vezes no passado, é muito possível que as autoridades sul-coreanas tivessem dado a substância a elas. Isto não é fortuito", argumentou o regime em comunicado divulgado pela agência estatal de notícias "KCNA".
A Coreia do Norte lembrou que "apenas os EUA e alguns outros países ainda possuem o agente nervoso VX encontrado no corpo de Kim", e destacou "que é problemático o fato de os Estados Unidos estarem introduzindo todo tipo de armas químicas na Coreia do Sul".
Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder do regime Kim Jong-un, morreu em 13 de fevereiro após ser supostamente envenenado por duas mulheres no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, onde pegaria um voo de volta a Macau, na China, local de seu exílio voluntário.
O relatório preliminar da morte realizado pelas autoridades malaias determinou que o agente nervoso VX causou a morte de Kim Jong-nam.
Pyongyang, que assegura que "a causa da morte ainda não foi claramente identificada", acusou novamente hoje a Coreia do Sul de difundir o rumor de que Kim Chol - nome que aparecia no passaporte diplomático do falecido e com o qual "KCNA" se refere ao homem - foi envenenado por agentes norte-coreanos para provocar rejeição ao país e um conflito com a Malásia.
"Os EUA e as autoridades sul-coreanas estão culpando à RPDC (Coreia do Norte) sem fundamento", acusações com contornos políticos com o objetivo de prejudicar sua imagem "e derrubar seu sistema social", afirmou hoje a "KCNA".
O meio norte-coreano assegurou também que "o perigo e a gravidade do problema" está em que a acusação do uso de armas químicas oferece paralelismos com a de "posse de armas de destruição em massa do Iraque divulgada pelos EUA nos anos 1990".
O objetivo final dos Estados Unidos é "despertar o repúdio internacional em relação à RPDC e provocar uma guerra nuclear a qualquer preço", acusou o regime comunista no texto.
Diante disso, a Coreia do Norte advertiu que adotará as medidas de defesa necessárias e aconselhou os EUA "e suas forças vassalas" a não "correrem desenfreados", tendo em vista a posição estratégica do Norte como potência nuclear.
As autoridades da Malásia indiciaram uma mulher vietnamita e outra indonésia pelo assassinato de Kim Jong-nam, mantêm detido um químico norte-coreano e buscam outros quatro cidadãos do mesmo país que fugiram pouco depois do crime.