COP11 da Biodiversidade: tom de voz aumenta em Hyderabad
O engajamento do país anfitrião na obtenção de resultados esteve refletido no discurso do primeiro ministro indiano, Manmohan Singh
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2012 às 16h50.
São Paulo - Com o início das negociações de alto nível na 11ª Conferência das Partes da Convenção de Diversidade Biológica (COP11 da CDB), a semana começou agitada em Hyderabad, na Índia .
O engajamento do país anfitrião na obtenção de resultados esteve refletido no discurso do primeiro ministro indiano, Manmohan Singh, que exortou os participantes a “trabalharem juntos e agirem antes que uma catástrofe se abata sobre todos” e a “se comprometerem em assegurar um futuro com espaço econômico e ecológico para cada um e crescimento sustentável para todos”.
Para não ficar só nas palavras, o primeiro ministro anunciou a dotação de recursos da ordem de US$ 50 milhões para a conservação da biodiversidade na Índia, sobretudo para melhorar as capacidades técnica e humana nas instituições e mecanismos relacionados à CDB.
Além disso, citou iniciativas nacionais, como a adequação do programa de empregos rurais a atividades da Economia Verde e o estabelecimento de um imenso banco de dados, com 34 milhões de páginas virtuais em 5 idiomas, conhecido como Biblioteca Digital do Conhecimento Tradicional.
O banco de dados visa proteger o conhecimento tradicional de eventuais restrições decorrentes do requerimento de patentes ao mesmo tempo em que promove o uso da biodiversidade para a segurança alimentar e a produção de medicamentos.
Nos eventos paralelos, a semana também começou com a divulgação de trabalhos, relatórios e progressos setoriais.
As grandes empresas reunidas no World Business Council for Sustainable Development (WBCSD, sigla em inglês de Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) lançaram a publicação Acertando o passo – Acelerando políticas públicas para obter resultados positivos, um documento que pretende estreitar a colaboração entre empresas e governos, propondo reformas financeiras que ajudem a criar mercados adequados (e justos) para produtos da biodiversidade.
A publicação se baseia em casos de sucesso e de fracasso, analisando o que deu certo e o que deu errado para propor possíveis passos daqui em diante.
Conforme declarou o presidente do WBCSD, Peter Baker, “Acertando o passo mostra como desenvolver processos políticos que possam beneficiar e conferir escala a negócios sustentáveis, chegando a resultados positivos para nosso Planeta”.
Em outras palavras, os empresários do WBCSD se propõem a apoiar os governos na tentativa de cumprir as Metas de Aichi (compromissos contidos no Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020, acertado em Nagoya, no Japão, na COP10), mas querem participar do processo de elaboração de políticas públicas, “para aumentar sua eficiência e eficácia na obtenção de resultados ambientais”.