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Convenção Democrata começa com Kamala à frente nas pesquisas em relação a Trump; veja

Vice-presidente tomou a dianteira de Trump em estados-pêndulo após oficialização como candidata

Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos (Andrew Harnik/AFP)

Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos (Andrew Harnik/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 19 de agosto de 2024 às 20h19.

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A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, desembarca na Convenção Nacional Democrata, que começou nesta segunda-feira em Chicago, dois passos à frente do que era inicialmente previsto para essa etapa das eleições americanas.

Promovida à candidata democrata à Presidência após a desistência de Joe Biden, Kamala foi oficializada por meio de uma votação online antes mesmo de o primeiro delegado democrata pisar na convenção, que vai até quinta-feira — para a qual chega em um momento de alta de popularidade, com pesquisas indicando vantagem contra Donald Trump em estados-pêndulo e também pela primeira vez à frente fora da margem de erro em uma sondagem nacional.

A escolha de Kamala como candidata democrata ocorreu de forma natural desde a desistência de Biden, mas por um processo atípico. Ao contrário do antigo companheiro de chapa, que participou das primárias e conquistou os votos dos eleitores e os respectivos delegados por estado, Kamala virou o principal nome no meio do processo, precisando convencer os delegados de Biden a apoiá-la.

Com amplo apoio da cúpula do partido, ela não teve dificuldades de reunir declarações de apoio de mais da metade dos delegados democratas, assim confirmando sua candidatura em uma votação online antecipada pelo Comitê Nacional.

Mas, mesmo que não houvesse a antecipação, não havia nenhuma candidatura viável no caminho de Kamala, que, ao angariar em tempo recorde apoios dentro da legenda, conseguiu afastar da disputa os principais nomes que foram cogitados imediatamente após a desistência de Biden. A democrata também conseguiu consolidar-se ao se mostrar uma opositora capaz de confrontar Trump — com possibilidades reais de vencer.

As mais recentes pesquisas eleitorais apontam vantagem de Kamala sobre Trump em diversos cenários, incluindo em levantamentos de abrangência nacional e em alguns dos principais estados-pêndulo, que são chave na votação ao tradicionalmente não se alinharem a nenhum partido — sendo assim passíveis de disputa entre os candidatos.

Pesquisa New York Times/Universidade Siena divulgada no sábado mostra que Kamala não só colocou em disputa os estados do Cinturão do Sol, localizados ao sul e oeste do país e marcados por rápido crescimento econômico e de diversidade étnica, como abriu vantagem para além do empate técnico no Arizona.

Os outros são Carolina do Norte, em que ela aparece ligeiramente à frente de Trump, Nevada e Geórgia, onde Trump, por sua vez, lidera por pouco. Os quatro endereços apareciam, nas enquetes anteriores do NYT/Siena, com vantagem maior — de quase dois dígitos — do republicano sobre o presidente Joe Biden.

Outra pesquisa com prováveis eleitores do NYT/Siena, realizada entre 5 e 9 de agosto, apontou vantagem de Kamala sobre Trump em Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Nos três estados-pêndulo, a democrata aparece com 50% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente aparece com 46%. O agregador de pesquisas do portal The Hill, que compila os dados de 117 estudos realizados no período eleitoral, também mostra um momento favorável para Kamala, com 48,9% das intenções de voto em 14 de agosto, contra 46,9% de Trump. No dia da desistência de Biden, em 21 de julho, Trump liderava com 2,3 pontos percentuais de vantagem, em um cenário de disputa com Kamala.

Analistas ouvidos pelo site americano Politico indicaram que os números favoráveis a Kamala podem ser vistos como promissores pelos democratas, mas não devem ser tomados como um indicativo de vitória encaminhada. De acordo com os especialistas, a candidata ainda precisará encarar os 75 dias de campanha após a convenção e se manter em alta diante de ataques dos adversários e cansaço do público.

— Campanhas presidenciais são uma maratona, e esta se transformou em uma corrida de velocidade — disse Neil Newhouse, o principal responsável pelas pesquisas de opinião da campanha presidencial do republicano Mitt Romney em 2012. — E isso tende a favorecer o candidato que é novo no horizonte.

Convenção esvaziada?

A nomeação antecipada de Kamala retirou da convenção sua principal atribuição: reunir os delegados eleitos durante as primárias para oficializar o candidato do partido. A ausência da formalidade, porém, não exclui a importância política do evento dentro da dinâmica eleitoral americana. Embora já se saiba que é o nome de Kamala que estará na cédula de votação — algo que já se sabia com Trump, na Convenção Republicana, mas cuja oficialização só ocorreu no encontro do partido —, o evento democrata será um importante momento para o público, com a presença de nomes relevantes do partido declarando apoio à candidata e com discursos que devem delinear os principais temas de campanha e planos de governo da chapa na disputa.

Além de Kamala e de seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota, Tim Walz, estarão no palco importantes figuras do partido, como o presidente Joe Biden e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que discursam nesta segunda-feira; ex-presidentes como Barack Obama (na terça) e Bill Clinton (na quarta) também estarão no palco. Kamala encerra o evento, na quinta-feira.

Normalmente, as convenções também reservam espaço para uma diversa gama de pessoas: figuras proeminentes dentro do partido, cônjuges e parentes dos indicados e cidadãos comuns, que contam experiências pessoais sobre temas e políticas que o indicado quer enfatizar.

Normalmente, as convenções também reservam espaço para uma diversa gama de pessoas: figuras proeminentes dentro do partido, cônjuges e parentes dos indicados e cidadãos comuns, que contam experiências pessoais sobre temas e políticas que o indicado quer enfatizar.

Na Convenção Nacional Democrata de 2020, Kristen Urquiza fez um discurso de repercussão, no qual culpou o então presidente Donald Trump pela morte de seu pai por Covid-19. Na Convenção Nacional Republicana deste ano, Michael Morin criticou as políticas de imigração do governo Biden, depois que sua irmã, Rachel Morin, foi morta enquanto se exercitava no ano passado; um imigrante indocumentado foi preso no caso.

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