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Contraofensiva da Ucrânia avança apesar da resistência russa

A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Ganna Maliar, destacou um "avanço gradual, mas constante", dos soldados ucranianos, apesar da "forte resistência" das tropas russas

Edifício em chamas na cidade de Dnipro, sul da Ucrânia, após bombardeio em 26 de maio de 2023 (AFP/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 15 de junho de 2023 às 14h25.

Última atualização em 15 de junho de 2023 às 14h38.

A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira, 15, que o Exército do país "avança" na contraofensiva, apesar da "forte resistência" das tropas russas, em particular na frente de batalha sul, no mesmo dia em que o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) visita a central de Zaporizhzhia.

A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Ganna Maliar, destacou um "avanço gradual, mas constante", dos soldados ucranianos, apesar da "forte resistência" das tropas russas. "As Forças Armadas ucranianas enfrentam campos completamente minados", informou, antes de mencionar ainda o "uso de drones explosivos e bombardeios intensos".

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No leste, as forças ucranianas avançaram "mais de 3 quilômetros" nos últimos dez dias na área de Bakhmut, acrescentou Maliar em uma entrevista coletiva. "O inimigo está mobilizando reservas adicionais", disse a vice-ministra.

Em meio à contraofensiva ucraniana, o diretor da AIEA, Rafael Grossi, chegou nesta quinta-feira à central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia.

O objetivo da visita é determinar se a maior central atômica da Europa está sob perigo após a destruição da represa de Kakhovka, no Rio Dnieper. A água do local é utilizada para resfriar os seis reatores de Zaporizhzhia.

O Exército ucraniano recuperou mais de 100 quilômetros quadrados em uma semana de combates, afirmou Oleksiy Gromov, integrante do Estado-Maior do país.

Ele disse que os ucranianos avançaram quase 3 quilômetros de profundidade perto da cidade de Mala Tokmatchka (região de Zaporizhzhia) e "até 7 quilômetros" ao sul de Velyka Novosilka (ao sul da região de Donetsk).

Nas proximidades de Bakhmut, os ucranianos prosseguiam com a operação para tentar bloquear as forças russas dentro desta cidade, destruída após quase um ano de combates.

Correspondentes da AFP na região de Donetsk observaram nesta quinta-feira uma unidade de artilharia que bombardeava as tropas russas de Bakhmut. Os soldados ucranianos relataram avanços lentos pelos flancos norte e sul da cidade.

As afirmações contradizem as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, que durante a semana anunciou que os ataques ucranianos foram evitados e que as baixas de Kiev eram "catastróficas".

Campanha de bombardeios

A Rússia também deu continuidade à campanha de bombardeios, principalmente noturnos, de centros urbanos da Ucrânia.

A cidade natal do presidente Volodimir Zelensky, Kryvyi Rih, foi atingida por mísseis pela segunda vez em três dias. "Três mísseis atingiram duas empresas industriais que não têm relação com os militares", afirmou o comandante militar da cidade, Oleksandr Vilkul. Um homem ficou ferido no ataque.

De acordo com as Forças Armadas ucranianas, um quarto míssil e 20 drones lançados a partir do norte e do sul foram interceptados pela defesa aérea.

Na terça-feira, 12 pessoas morreram durante um bombardeio que atingiu um edifício residencial e um depósito em Kryvyi Rih.

Em Zaporizhzhia, o diretor da AIEA pretende determinar se as instalações, sob ocupação russa, correm o perigo de ficar sem água para o resfriamento dos reatores, depois que a destruição de uma represa ao sul provocou grandes inundações em uma região do país e o risco de escassez no outro sentido.

De acordo com Grossi, "não há perigo imediato", mas o nível de água do reservatório de refrigeração é motivo de preocupação.

Na península da Crimeia, outro território sob ocupação russa, anexado em 2014, o governador designado por Moscou afirmou que as forças do Kremlin derrubaram nove drones ucranianos.

Um dispositivo, no entanto, atingiu um vilarejo no centro da península, sem provocar vítimas, apenas danos materiais.

A Comissão Eleitoral Russa anunciou que organizará "eleições" locais em 10 de setembro nos territórios ucranianos ocupados pela Rússia e que Moscou reivindicou como anexados em setembro de 2022.

Segundo a comissão, as eleições têm como objetivo definir as assembleias regionais e os conselhos municipais, apesar dos combates e do fato de Moscou controlar apenas uma parte das regiões de Luhansk e Donetsk, no leste, e de Zaporizhzhia e Kherson, no sul.

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