Trump: o plano era uma forma eficaz de contribuir para a volta do crescimento do país, e evitar que as armas nucleares voltassem a circular pelo mundo
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2018 às 06h08.
Última atualização em 8 de maio de 2018 às 07h17.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode anunciar ainda hoje a saída do país do acordo nuclear com o Irã, e colocar ainda mais lenha na fogueira do Oriente Médio.
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Em seu Twitter, o presidente americano afirmou ontem que iria anunciar a decisão às duas da tarde (15 horas, no horário de Brasília), quatro dias antes do prazo final que tinha para informar ao Congresso americano o grau de cumprimento do pacto nuclear.
I will be announcing my decision on the Iran Deal tomorrow from the White House at 2:00pm.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 7, 2018
Firmado em 2015 pelo chamado grupo P5 + 1 – cinco membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha –, o pacto previa o fim das atividades nucleares no Irã, em troca do fim de sanções econômicas e políticas impostas pelas potências internacionais.
No papel, o plano era uma forma eficaz de contribuir para a volta do crescimento do país, e evitar que as armas nucleares voltassem a circular pelo mundo.
Em janeiro, Trump afirmou que o acordo precisaria passar por uma mudança, para “consertar os defeitos” da proposta original. Entre as exigências estavam o bloqueio das atividades nucleares no Irã até além de 2025, o cancelamento do programa de mísseis balísticos, além de uma solução política para conter ações do Irã na região, em países como Iêmen, Síria, Iraque e Líbano.
O posicionamento do presidente americano tem causado comoção e temor entre os países signatários do acordo. O presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, foram até os Estados Unidos, no mês passado, para pedir que Trump reconsiderasse a possibilidade de sair do tratado. Ontem, o chanceler britânico, Boris Johnson, reconheceu problemas no acordo, mas pediu que Trump não o abandone.
Muitos já não estão mais contando com a participação americana no acordo. Ontem, os governos do Irã, da Alemanha e da França afirmaram que pretendem permanecer no acordo nuclear, mesmo com a eventual saída dos Estados Unidos.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou que seu país é o principal interessado em permanecer no acordo, e que por isso a saída do governo americano não mudará “seu caminho”.
O ministro alemão de Relações Exteriores, Heiko Maas, disse estar claro que o acordo tornou o mundo um local mais seguro, e que há um risco de escalada se o pacto for cancelado.
Uma possibilidade é que Trump fique só na bravata, como aconteceu com a Coreia do Norte. A decisão sai às 15h.