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Contador nega ter encomendado dados de filha de Serra

Ontem, veio à público que o genro de Serra, o empresário Alexandre Bourgeois, também teve dados acessados na agência da Receita Federal em Mauá

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

O contador Ademir Estevam Cabral, suspeito de envolvimento na quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prestou hoje depoimento na delegacia seccional de Santo André, na Grande São Paulo. Ele confirma que realiza trabalhos na Receita Federal e na Junta Comercial, mas negou que tenha feito qualquer pedido em relação aos dados fiscais de Verônica.

Segundo versão do falso procurador de Verônica, Antônio Carlos Atella Ferreira, Ademir seria o responsável por ter encomendado o pedido de acesso às declarações de renda da filha do tucano. Atella, que também tinha um depoimento marcado para hoje, será ouvido apenas amanhã.

Os dois contadores são peças-chave na apuração da quebra de sigilo de Verônica. Atella teria usado uma procuração falsa para acessar os dados da filha de Serra em 30 de setembro de 2009. Descoberto, o contador acusou o colega Ademir de ter encomendado a papelada, que comporia um lote com dados de outras 18 pessoas. Na versão de Atella, Ademir trabalharia como intermediário de pessoas de Brasília, Minas Gerais e interior de São Paulo.

Segundo informações da Justiça Eleitoral, Atella teria se filiado ao PT em 2003. A relação com o partido da candidata do PT, Dilma Rousseff, elevou as suspeitas de que a violação do sigilo de Verônica seria parte de uma trama política para prejudicar o candidato tucano.

Além da filha de Serra, outros políticos tucanos tiveram suas declarações de renda acessadas indevidamente em Mauá e Santo André, ambas em São Paulo, e em Formiga (MG). O governo defende a tese de que os vazamentos seriam parte de um esquema de compra e venda de informações fiscais sem fins eleitorais.

A violação está sendo investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Corregedoria da Receita. A Polícia Civil de São Paulo também entrou no caso depois de vir à tona que Verônica Serra teve uma procuração falsificada no Estado.

Agora, a Delegacia Seccional de Santo André quer que a Justiça quebre o sigilo telefônico dos dois contadores. O pedido se refere ao histórico de chamadas recebidas e efetuadas a partir de telefones fixos e celulares de ambos, relativo ao período de setembro a dezembro de 2009.

Ontem, veio à público que o genro de Serra, o empresário Alexandre Bourgeois, também teve dados acessados na agência da Receita Federal em Mauá. A invasão ocorreu no dia 16 de outubro de 2009 e atingiu as informações cadastrais do empresário, casado com Verônica. Todos os acessos partiram do computador da servidora Adeildda Ferreira dos Santos, que trabalhava em Mauá.

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