Mundo

Conselho da Repsol aprova acordo que garante compensação

O Conselho de Administração da Repsol aprovou nesta terça-feira o acordo de compensação pela nacionalização de 51% das ações da YPF


	Repsol: a desapropriação de 51% das ações que a Repsol tinha na YPF concretizou-se em maio de 2012, através de uma lei votada pelo Congresso argentino (David Ramos/Bloomberg)

Repsol: a desapropriação de 51% das ações que a Repsol tinha na YPF concretizou-se em maio de 2012, através de uma lei votada pelo Congresso argentino (David Ramos/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 17h19.

Madri - O Conselho de Administração da Repsol aprovou nesta terça-feira o acordo de compensação pela nacionalização de 51% das ações da YPF, todas elas da empresa espanhola, pela qual a Argentina garante o pagamento de US$ 5 bilhões através da emissão de dívida soberana.

Segundo a informação remetida hoje pela petrolífera espanhola à Comissão Nacional da Bolsa de Valores de Madri, o acordo articula uma série de mecanismos financeiros para assegurar a compensação e representa a retirada de todos os litígios judiciais pendentes, assim como a renúncia a futuras reivindicações.

Em virtude desse pacto, a Argentina reconhece que tem uma dívida com a Repsol de US$ 5 bilhões, que custeará através de várias emissões de bônus e que não ficará saldada até que a petrolífera espanhola tenha cobrado a totalidade deste importe.

O acordo garante através de diversos mecanismos que a compensação manterá seu valor ao se converter em dívida em dinheiro, o que tinha sido uma das reivindicações tradicionais da Repsol.

Para articular o pagamento, a Argentina emitirá dívida soberana por um valor real ou de mercado de pelo menos US$ 4,670 bilhões, independentemente de seu valor nominal.

Em princípio esse país entregará a Repsol uma bolsa de US$ 5 bilhões nominais com três tipos de bônus soberanos: duas ampliações de emissões existentes - uma por US$ 500 milhões e outra por US$ 1,250 bilhão - e uma nova, por um total de US$ 3,250 bilhões.


A companhia petrolífera destaca que à ampliação de US$ 1,250 bilhão é preciso somar outros US$ 500 milhões de juros capitalizados, que em vez de serem abonados com dinheiro se somaram ao nominal, motivo pelo qual o valor real desta emissão é de US$ 1,750 bilhão.

Também destaca que a nova emissão, de US$ 3,250 bilhões, tem garantido o pagamento dos juros - que ascendem a 8,75% - durante os primeiros 18 meses.

Em qualquer caso, o acordo estabelece que se estes US$ 5 bilhões emitidos (US$ 5,5 bilhões se forem somados os juros capitalizados) têm um valor no mercado inferior a US$ 4,670 bilhões, a Argentina realizará novas emissões por até US$ 1 bilhão.

A desapropriação de 51% das ações que a Repsol tinha na YPF concretizou-se em maio de 2012, através de uma lei votada pelo Congresso argentino.

Após a desapropriação, a Repsol recorreu a tribunais internacionais e escritórios de resolução de litígios de organismos multilaterais, para reivindicar uma compensação.

O valor inicial fixado pela companhia petrolífera espanhola a essas ações foi de US$ 10,5 bilhões.

Depois deste sinal verde ao acordo por parte do Conselho de Administração de Repsol é necessária também a aprovação da Junta Geral de Acionistas da companhia espanhola e do Congresso argentino.

Em novembro de 2013 foi um princípio de acordo pelo qual o governo argentino se comprometia a pagar uma compensação de US$ 5 bilhões em dívida argentina, que não foi definido até hoje. 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas espanholasEnergiaIndústria do petróleoPetróleoRepsol YPF

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia