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Conheça o primeiro presidente cubano pós família Castro

Miguel Díaz-Canel é o primeiro presidente cubano em 60 anos que não faz parte da família Castro

Miguel Díaz-Canel: o novo presidente cubano entrou nas Forças Armadas de Cuba até 1985 (Alejandro Ernesto/Pool/Reuters)
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EFE

Publicado em 19 de abril de 2018 às 13h37.

Havana - Miguel Mario Díaz-Canel , o número 2 do governo de Cuba desde 2013, se transformou nesta quinta-feira no novo presidente do país, onde, pela primeira vez em seis décadas, a principal liderança não tem Castro como sobrenome.

Díaz-Canel, que amanhã completa 58 anos, assume o cargo ocupado por Raúl Castro, que deixa a presidência após 12 anos no poder em cumprimento da limitação de mandatos para os cargos do alto escalão do regime que ele mesmo declarou em 2013.

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Nascido em Villa Clara, em 20 de abril de 1960, um ano depois do triunfo da revolução liderada por Fidel Castro, o novo líder cubano é um político criado nas bases do Partido Comunista de Cuba, que foi crescendo de maneira discreta e progressiva nas estruturas do poder até se transformar no número 2 do regime.

Engenheiro eletrônico formado em 1982, Díaz-Canel fez parte das Forças Armadas de Cuba até 1985 e, em abril daquele ano, se tornou professor na Universidade Central de Las Villas, local onde, dois anos mais tarde e sem deixar o cargo de docente, começou sua carreira política na União de Jovens Comunistas (UJC).

Naquela época, Díaz-Canel iniciou sua experiência internacionalista ao liderar entre 1987 e 1989, e como especialista em rádio das Forças Armadas, um contingente que viajou para a Nicarágua para ajudar o governo sandinista, que na época estava em guerra contra forças partidárias do ex-ditador Anastasio Somoza, apoiadas pelos Estados Unidos.

Ao retornar a Cuba, continuou sua ascensão nas fileiras da UJC, onde chegou a ser membro do Bureau Nacional, responsável pela área ideológica e segundo secretário da organização, cargo que assumiu em 1993 após a ampla remodelação que a UJC experimentou quando Roberto Robaina, que até então era o líder da juventude comunista, foi nomeado ministro das Relações Exteriores.

De forma paralela, Díaz-Canel iniciou sua carreira no Partido Comunista: em 1991 entrou para o Comitê Central do Partido, em 1993 assumiu a direção da organização em Villa Clara, onde foi elevado a secretário provincial entre 1994 e 2003.

O ano de 2003 foi importante na carreira de Díaz-Canel: entrou para o todo-poderoso politiburo do partido, um cargo que repetiu nos congressos do partido de 2011 e de 2016; foi eleito deputado da Assembleia Nacional pelo distrito de Placetas (Villa Clara) e, também em 2003, foi transferido para a direção política de Holguín, onde foi secretário provincial até 2009.

Sua ascensão ao governo acontece no ano de 2009, quando foi indicado por Raúl Castro como ministro de Educação Superior: cargo no qual se tornou o encarregado de iniciar a Escola Superior para dirigentes do Estado e do governo, inaugurada em outubro de 2011, para a formação da mudança geracional, conforme aprovado pelo 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba (2011).

Três anos mais tarde, em 22 de março de 2012, Raúl Castro promoveu Díaz-Canel para um degrau mais alto ao nomeá-lo como vice-presidente do Conselho de Ministros, em substituição do veterano José Ramón Fernández, mais conhecido como "Gallego Fernández".

No entanto, a ascensão determinante de Díaz-Canel aconteceu após o pleito de fevereiro 2013, quando foi designado como primeiro vice-presidente do Conselho de Estado com igual categoria no Conselho de Ministros, substituindo no cargo o "histórico" José Ramón Machado Ventura, se consolidando assim como o número 2 do governo de Raúl Castro e seu provável sucessor.

A partir disso, o quase desconhecido Díaz-Canel começou a ganhar visibilidade pública dentro do país e também no exterior, já que representou Cuba em várias viagens.

Entre eles a posse em 2013 do presidente equatoriano, Rafael Correa (2003); a excursão que realizou por Laos, Vietnã e China, onde se reuniu com o presidente, Xi Jinping; e sua viagem a Caracas pelo aniversário da morte de Hugo Chávez (2015).

Díaz-Canel também compareceu como o máximo representante de Cuba à cúpula UE-Celac (junho de 2015), a vários aniversários da Revolução Sandinista e à posse do nicaraguense Daniel Ortega, em janeiro de 2017.

Também em 2017, o agora presidente realizou uma excursão por Belarus, Rússia e Japão, onde se reuniu com os presidentes Alexander Lukashenko e Vladimir Putin, e com o primeiro-ministro Shinzo Abe e o chanceler Fumio Kishida, com os quais tratou de projetos de cooperação e nos setores energético e industrial.

Em maio de 2017, Díaz-Canel compareceu à posse do equatoriano Lenín Moreno e, em seguida, viajou para a Bolívia para se reunir com o presidente, Evo Morales, e visitar La Higuera, lugar onde Che Guevara foi executado, e Vallegrande, onde o corpo do revolucionário esteve enterrado até 1997.

Além disso, o agora presidente participou das recepções aos chefes de Estado que visitaram Cuba, entre elas a do papa Francisco, em setembro de 2015, e a do agora ex-presidente americano Barack Obama, em março de 2016.

Díaz-Canel está em seu segundo casamento com Lis Cuesta Peraza, uma professora universitária. Em seu primeiro casamento, com Martha, o político teve dois filhos.

 

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