São Paulo – O grupo Al Qaeda na Península Arábica (AQPA) assumiu nesta quarta-feira a autoria pelo ataque terrorista ao jornal satírico francês Charlie Hebdo. Um membro grupo, que é um braço da rede Al Qaeda, reconheceu que o ato foi uma forma de vingança pelas charges de Maomé publicadas pelo semanário.
Ainda de acordo com ele, a dupla Chérif e Said Kouachi teria agido depois de ter recebido ordens Ayman Zawahiri, líder da rede global e um dos terroristas mais procurados pelos Estados Unidos.
EXAME.com compilou algumas informações sobre o AQAP e suas atividades. Confira abaixo.
Fundação
Segundo informações do Council on Foreing Relations, atividades jihadistas na região do Iêmen e Arábia Saudita datam os idos de 1990, quando dezenas de combatentes (conhecidos como mujahedeen) retornaram aos países após lutar contra as forças soviéticas no Afeganistão.
O AQAP surgiu anos depois, em 2009, depois que terroristas iemenitas e sauditas, que antes eram parte de diferentes braços da Al Qaeda, decidiram unir forças. Hoje, analistas consideram esta franquia a mais violenta entre todas as outras representantes da rede no planeta.
Quem é seu líder?
O grupo conta com uma organização hierárquica, compartimentalizada e descentralizada, explica o Council on Foreign Relations em análise sobre o AQAP. Atualmente, seu principal líder é Nasser al-Wuhayshi, ex-assistente de campo de Osama bin Laden no Afeganistão.
Outro importante chefe é Ibrahim Hassan al-Asiri, especialista em explosivos e responsável pelo desenvolvimento das bombas usadas nos ataques terroristas.
Qual o seu objetivo?
Basicamente, o AQAP já manifestou ter dois grandes objetivos, segundo explica o Departamento de Estado dos EUA. O primeiro deles é o estabelecimento de um califado islâmico na região. O segundo é a imposição da sharia, a lei islâmica, nos países que fazem parte da península arábica.
Como paga suas contas?
A forma principal de financiamento do grupo vem de atividades como roubos e sequestros, nos quais são exigidos resgates milionários.
Ainda segundo o Departamento de Estado dos EUA, doações realizadas por pessoas físicas e entidades que apoiam a sua causa também fazem parte da lista de fontes de renda do AQAP.
Quantas pessoas fazem parte do grupo?
De acordo com o governo dos Estados Unidos, o grupo conta hoje com quase mil membros e passou a ser considerado uma organização terrorista em 2010.
Quais foram os seus principais ataques até agora?
Desde a sua fundação, o AQAP vem realizando uma série de atos terroristas não apenas naquela região, mas em outros lugares do mundo. O ataque ao satírico Charlie Hebdo em Paris, que aconteceu na semana passada e deixou 12 mortos, é mais um exemplo.
Outro famoso ato de autoria do grupo aconteceu ainda em 2009, quando o grupo infiltrou um terrorista nigeriano em um avião com 290 pessoas a bordo e que voava de Amsterdam (Holanda) para Detroit (EUA). Durante o voo, ele tentou detonar os explosivos, mas não obteve sucesso. Foi detido por passageiros e preso ao desembarcar.
O episódio ficou marcado como o primeiro ataque da Al Qaeda em solo americano após o 11 de setembro.
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1. Armados e perigosos
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1/11 (AFP)
São Paulo – O
Departamento de Estado dos Estados Unidos conta com um programa no qual oferece milionárias recompensas por informações de pessoas que tenham se envolvido em
ataques terroristas em qualquer lugar do planeta. E, em seu
site oficial, exibe ainda uma lista com os nomes daqueles que são, atualmente, os mais procurados. Entre os mais famosos estão, por exemplo, Abu Bakr al-Baghdadi, líder do violento grupo Estado Islâmico (
EI), e Abubakar Shekau, o
chefe dos nigerianos do Boko Haram. Confira nas imagens estes e outros terroristas que integram a relação produzida pelos EUA.
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2. Ayman Zawahiri
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2/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Zawahiri é, atualmente, o terrorista cujas informações são mais valiosas para os Estados Unidos. Segundo o Departamento de Estado do país, pistas que possam levar até o seu paradeiro podem render 25 milhões de dólares. Nascido em 1951 no Egito, ele é um dos fundadores do grupo Jihad Islâmica Egípcia e teria sido um dos mais importantes conselheiros de Osama bin Laden. Acredita-se que ele seja hoje parte da rede Al Qaeda. Foi denunciado por supostos envoolvimentos em diferentes atentados como um realizado em 1998 contras embaixadas dos EUA na Tanzânia e no Quênia. 224 pessoas morreram e mais de cinco mil ficaram feridas.
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3. Abu Du’a
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3/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Também conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, Du’a teria nascido no Iraque em 1971 e é atualmente o grande líder do violento grupo Estado Islâmico (EI), que domina partes da Síria e do Iraque. O valor da recompensa por informações de Baghdadi pode ir até 10 milhões de dólares.
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4. Sirajuddin Haqqani
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4/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Nascido em 1973 no Afeganistão, Haqqani é procurado por ter participado de atentados como a tentativa de homicídio do então presidente afegão Hamid Karzai em 2008 e o ataque a um hotel em Cabul no qual seis pessoas foram mortas. Acredita-se que ele é o líder de um grupo chamado Rede Haqqani. Alinhada com o Taleban, esta rede de insurgentes foi fundada por seu pai em 1980 e tem como objetivo estabelecer a sharia, a lei islâmica, no Afeganistão. A recompensa por seu paradeiro é de até 10 milhões de dólares.
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5. Mullah Omar
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5/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Omar é afegão e um dos líderes do Taleban. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, teria abrigado Osama bin Laden e outros membros da rede Al Qaeda nos anos anteriores aos ataques de 11 de setembro. O valor da recompensa por informações de Omar é de até 10 milhões de dólares.
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6. Hafiz Mohammad Saeed
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6/11 (Departamento de Estado dos EUA/Divulgação)
Saeed é líder do grupo Jamaad-ud-Dawa, que está na ativa no Paquistão e deseja impor a sharia, a lei islâmica, no país. Ele é ex-professor de engenharia e suspeita-se que tenha sido a mente por trás dos ataques de 2008 em Mumbai no qual mais de 160 pessoas morreram. A recompensa por informações que levem até Saeed pode chegar até 10 milhões de dólares.
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7. Yasin al-Suri
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7/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Al-Suri nasceu em 1982 na Síria e exerce atividades de cunho administrativo da rede Al Qaeda no Irã. Segundo o governo dos EUA, é o responsável pela movimentação de líderes e membros do grupo entre o Paquistão e a Síria. Além disso, organiza e realiza a manutenção das rotas usadas por combatentes em viagens da Turquia para território sírio e em outros países ocidentais. O valor da recompensa por informações de seu paradeiro é de até 10 milhões de dólares.
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8. Nasir al-Wahishi
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8/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Al-Wahishi é um dos líderes da rede Al Qaeda na Península Árabe. De acordo com informações do Departamento de Estado dos EUA, é ele o responsável pela aprovação dos próximos alvos de ataques terroristas, recrutamento de novos combatentes e distribuição de recursos entre os centros de treinamento. O valor da recompensa por al-Wahishi é de até 10 milhões de dólares.
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9. Muhsin al-Fadhli
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9/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Nascido em 1981 no Kuwait, al-Fadhli trabalha no “departamento financeiro” da rede Al Qaeda no Irã e é um de seus líderes. É ainda responsável pelo financiamento de atividades do grupo e pelo planejamento, facilitação e execução de atos terroristas. Além de procurado por autoridades dos EUA, que podem pagar até 10 milhões de dólares como recompensa por informações que levem até ele, al-Fadhli é ainda procurado na Arábia Saudita e no Kuwait. Fez parte do pequeno círculo de terroristas da Al Qaeda que tomaram ciência dos ataques do 11 de setembro antes que os mesmos fossem realizados.
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10. Abubakar Shekau
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10/11 (Departamento de Estado dos EUA)
Líder do grupo Boko Haram, Shekau nasceu em Yobe, Nigéria. Seu objetivo é lutar pela imposição da sharia, a lei islâmica, no país e, para tanto, há anos realiza sangrentos ataques especialmente no norte nigeriano. O valor da recompensa por seu paradeiro pode chegar até 10 milhões de dólares.
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11. Agora veja quais países são os mais afetados por atos terroristas
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11/11 (Getty Images)