Congresso: desde 1997 foram aprovados 264 acordos entre empregados e empregadores na Câmara que envolveram o pagamento de indenizações (foto/Getty Images)
AFP
Publicado em 29 de novembro de 2017 às 20h59.
A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira (29), a obrigatoriedade de que parlamentares e seus colaboradores façam cursos de formação antiassédio sexual, em meio a uma onda de denúncias contra legisladores em exercício.
A Câmara baixa aprovou a resolução por unanimidade. Desse modo, a partir de 2018, cada um dos seus 435 membros e os milhares de assalariados e estagiários que trabalham lá deverão receber uma formação sobre assédio e "direitos e responsabilidades" individuais no meio profissional.
"O fato de que algumas pessoas que trabalham aqui sofram com um ambiente ameaçador ou hostil quando vieram servir o país e seus ideais (...) é inaceitável, é uma vergonha. Não podemos tolerar esse tipo de comportamento e não o toleraremos", declarou o presidente republicano da Câmara, Paul Ryan.
Uma resolução similar foi aprovada pelo Senado em 9 de novembro, também por unanimidade.
Essa votação foi apresentada como uma primeira reforma de um sistema considerado obsoleto e hostil com as vítimas de assédio dentro da instituição.
Desde 1997 foram aprovados 264 acordos entre empregados e empregadores na Câmara que envolveram o pagamento de indenizações. Não se sabe quantos deles eram sobre assédio sexual.
O decano democrata da câmara baixa, o representante de Detroit John Conyers, de 88 anos, é acusado de assédio sexual por várias ex-colaboradoras. Ao menos duas de suas colegas pedem que ele renuncie ao cargo, mas ele se nega.
No Senado, o democrata Al Franken pediu desculpas por gestos inapropriados que fez há anos.
Entre os republicanos, Roy Moore, candidato ao Senado em uma eleição parcial no Alabama no próximo 12 de dezembro, enfrenta acusações de agressão sexual de menores há décadas.