Mundo

Congresso dos EUA deve votar hoje plano que evita calote

Apesar do acordo entre os líderes, parlamentares democratas e republicanos criticaram a proposta e aprovação é incerta

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2011 às 14h45.

Washington, 1 ago (EFE).- Em meio a um clima de desconfiança das agências qualificadoras de risco, o Congresso dos Estados Unidos deverá votar nesta segunda-feira um acordo feito por políticos republicanos e democratas para elevar o teto da dívida americana.

A poucas horas do fim do prazo para que os Estados Unidos consigam evitar um histórico e inédito calote, o Senado e a Câmara dos Representantes debaterão e votarão o pacto obtido no domingo por seus dirigentes e anunciado pelo presidente Barack Obama.

O anúncio de Obama encorajou os investidores nos mercados de Ásia e Europa, mas as agências classificadoras de risco Standard & Poors e Moody's ainda não indicaram se tirarão os Estados Unidos de sua lista de devedores com crédito sob vigilância.

Segundo o Departamento do Tesouro americano, os EUA chegaram ao limite do endividamento autorizado pelo Congresso: US$ 14,29 trilhões. Sem permissão para se endividar mais, o governo se veria obrigado a suspender pagamentos a partir de amanhã.

Após semanas de disputas, o chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, do estado de Nevada, e o chefe da minoria republicana Mitch McConnell, de Kentucky, firmaram um pacto que, segundo eles, reduzirá em US$ 2,4 trilhões o déficit fiscal ao longo da próxima década.

Mas o pacto não satisfaz nem os legisladores republicanos alinhados no movimento conservador Tea Party nem os congressistas democratas que fazem parte dos blocos de minorias ou estão vinculados a sindicatos.

O presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, de Ohio, teve no domingo uma longa conferência por telefone com seus correligionários, mas até esta manhã não tinha certeza de que todos vão apoiar o acordo com os democratas.

A chefe da minoria democrata na Câmara baixa, Nancy Pelosi, também indicou que nem todos os membros de sua bancada estão dispostos a votar em prol do pacto.

O vice-presidente americano, Joe Biden, deve se reunir hoje com os senadores e congressistas democratas para tentar convencê-los a aprovar o plano.


Por sua vez, a representante republicana Michelle Bachmann, que integra o Tea Party e é pré-candidata de seu partido à Presidência do país, suspendeu uma viagem a trabalho e retornou a Washington disposta a rejeitar o acordo porque ela, da mesma forma que dezenas de legisladores, se opõe a qualquer alta do endividamento.

O representante democrata Emanuel Cleaver, de Missouri e que lidera o bloco de legisladores negros, qualificou o pacto como "um sanduíche satânico", porque não inclui a eliminação de isenções impositivas para os mais ricos e sim ameaça os programas sociais.

O pacto oferece ao presidente Obama o que era sua maior prioridade: a continuidade dos pagamentos e um aumento da dívida que permitirá que o Governo dos EUA não enfrente problemas em negociações semelhantes até o início de 2013, depois das eleições presidenciais.

Além disso, o acordo permite que os republicanos centristas digam a seus eleitores que impediram os aumentos de impostos e conseguiram uma redução de despesas, e permite que os democratas centristas digam a seus partidários que não haverá cortes drásticos no Seguro Social e nos programas de subsídios para despesas médicas.

Segundo o plano, metade das economias fiscais virão de cortes na despesa militar, facilitados com o fim das campanhas militares americanas em Afeganistão e Iraque.

O que os republicanos, especialmente do Tea Party, não obtiveram foi a aprovação de uma emenda constitucional que limite as despesas do Governo e force um orçamento equilibrado.

A maior decepção dos democratas está na ausência de aumentos de impostos, e no que percebem como hesitação de Obama frente a uma minoria de membros da Câmara de Representantes impávidos perante as consequências de um calote.

Acompanhe tudo sobre:CongressoEndividamento de paísesEstados Unidos (EUA)Países ricosPolítica

Mais de Mundo

Torre Eiffel é evacuada devido a incêndio e curto-circuito em sistema de elevadores; veja vídeo

Novas autoridades sírias anunciam acordo para dissolução dos grupos armados

Porto de Xangai atinge marca histórica de 50 milhões de TEUs movimentados em 2024

American Airlines retoma voos nos EUA após paralisação nacional causada por problema técnico