As Nações Unidas informaram nesta terça-feira que há sinais de que os rebeldes do M23 estão saindo da cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo (RDC) (©AFP / Phil Moore)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2012 às 06h26.
Goma - As Nações Unidas informaram nesta terça-feira que há sinais de que os rebeldes do M23 estão saindo da cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo (RDC).
"Esta noite há indícios de que elementos do M23 iniciaram a retirada", disse o chefe de operações de manutenção da paz da ONU, Herve Ladsous, após a reunião do Conselho de Segurança sobre o conflito. "Vamos confirmar isto amanhã".
"A ideia é o M23 se retirar a 20 km ao norte de Goma", revelou Ladsous à imprensa, em referência a posição que os rebeldes ocupavam antes de lançar sua ofensiva de 15 de novembro, acabando com três meses de trégua.
Ladsous anunciou que o principal conselheiro militar da ONU, general Babacar Gaye, viajará à RDC e a outros países da região, incluindo Ruanda, com o objetivo de acertar os detalhes da retirada.
Segundo Lasdous, isto inclui uma revisão da situação do aeroporto de Goma, controlado no momento pela missão de estabilização de paz da ONU na RDC (Monusco), a criação de uma "zona neutra" após a saída dos rebeldes e o estabelecimento de uma força internacional neutra para estabilizar a região.
O chefe militar do M23, Sultani Makenga, tinha anunciado mais cedo a decisão de abandonar Goma, mas havia confusão sobre a medida porque os rebeldes rejeitavam certas condições impostas pela RDC.
Os rebeldes tomaram a cidade em 20 de novembro sem encontrar resistência do exército congolês, que tem o apoio dos helicópteros da ONU.
Os governos da região haviam exigido no sábado que os rebeldes interrompessem a violência e abandonassem a cidade, capital de Kivu Norte, em 48 horas. Em troca, o governo da RDC se comprometeria a levar em consideração as reindicações legítimas dos insurgentes.
Mas o M23 exigia "negociações diretas" com o presidente da RDC, Joseph Kabila, antes de sair de Goma. O governo, no entanto, considerava a retirada da cidade um "imperativo" antes de qualquer negociação.
O M23 se comprometeu na terça-feira a uma retirada total e sem condições em 48 horas de Goma.