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Confrontos se intensificam em Damasco

Segundo opositores, várias regiões da capital síria foram bombardeadas, informação negada pelas autoridades, que sustentam que o governo persegue grupos terroristas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2012 às 21h23.

Cairo - Os confrontos entre rebeldes sírios e forças governamentais se agravaram nesta segunda-feira em diversos bairros de Damasco.

Segundo opositores, várias regiões da capital síria foram bombardeadas, informação negada pelas autoridades, que sustentam que o governo persegue grupos terroristas .

O ativista Abu Qais al Shami, morador de um dos bairros mais castigados, o Al Tadamun, explicou que durante os enfrentamentos foram usadas armas leves, bombas e granadas. Shami também disse que o exército tentou invadir o distrito, localizado no centro da capital, mas que o Exército Livre Sírio (ELS), um dos principais grupos de oposição ao governo, impediu a ação. Com relação aos choques e bombardeios, o ativista disse grupos de ''shabiha'' (milicianos pró-governo) queimaram lojas e saquearam algumas casas.

Segundo Shami, as ruas do bairro estão desertas porque há poucas horas muitos residentes se deslocaram para zonas próximas consideradas mais seguras. Mesmo assim, disse o ativista, muitos moradores não puderam abandonar suas casas por conta dos bombardeios e pela presença de franco-atiradores nos terraços dos edifícios.

De acordo com a versão do regime sírio, os soldados de segurança perseguem um suposto grupo terrorista no bairro de Naher Aisha, vizinho ao de Al Tadamun.

Uma fonte oficial citada pela agência de notícias síria ''Sana'', ressaltou que, durante a operação, vários supostos terroristas foram mortos, mas os números não foram divulgados.

O citado grupo chegou a Naher Aisha após escapar de Al Tadamun, afirmou a fonte, que sustenta que os supostos terroristas detonaram, no domingo, vários artefatos explosivos nesse bairro.


O Comando Central do ELS dentro da Síria informou, em comunicado, que os rebeldes também enfrentaram o Exército e as forças de segurança nos bairros de Al Midan e Al Zahira.

O ELS, grupo integrado por militares desertores e civis, denunciou ''uma escalada (da violência) sem precedentes por parte do regime para acabar com a revolução na capital''.

Os insurgentes destacaram que há franco-atiradores apostados nos terraços de edifícios como na sede do Ministério de Transportes, nos escritórios do Crescente Vermelho e na sede dos bombeiros na área de Al Zahira, no sul da cidade.

Durante os bombardeios, foi proibido o tráfego de veículos pela estrada que liga o país à Jordânia, apesar de o motivo ser diferente, segundo a fonte. O ELS informou que seus combatentes fecharam a estrada para apoiar os habitantes de Al Tadamun e Al Midan, enquanto os opositores disseram que foram as tropas do regime que fizeram o bloqueio do acesso à via. Já o Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que foram os manifestantes que fecharam a estrada, em protesto pelas operações militares em Damasco.

Esse mesmo grupo apontou que houve outro protesto no bairro de Mezeh, perto do novo edifício da Embaixada do Irã, no qual dezenas de pessoas pediram a queda do regime e condenaram as operações militares.

As organizações opositoras também informaram que mais de 30 pessoas foram mortas em várias províncias do país, sobretudo em Aleppo, Hama e Deraa.


O Observatório disse que em Deraa houve combates entre o ELS e o Exército, enquanto na província central de Homs, os bombardeios foram intensificados, denunciou a rede opositora Sham.

As informações, no entanto, não puderam ser checadas devido a restrições impostas pelas autoridades sírias aos jornalistas.

No terreno diplomático, o regime de Damasco declarou o embaixador do Marrocos na Síria, Mohammed ao Ajsasi, como ''persona non grata'', depois que o governo marroquino pediu que Nabih Ismael, representante diplomático sírio, deixasse o país.

Enquanto isso, o mediador internacional da ONU, Kofi Annan, iniciou uma visita a Moscou onde espera se reunir com o presidente Vladimir Putin, na terça-feira, para reativar o plano de paz.

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O ativista Abu Qais al Shami, morador de um dos bairros mais castigados, o Al Tadamun, explicou que durante os enfrentamentos foram usadas armas leves, bombas e granadas. Shami também disse que o exército tentou invadir o distrito, localizado no centro da capital, mas que o Exército Livre Sírio (ELS), um dos principais grupos de oposição ao governo, impediu a ação. Com relação aos choques e bombardeios, o ativista disse grupos de ''shabiha'' (milicianos pró-governo) queimaram lojas e saquearam algumas casas.

Segundo Shami, as ruas do bairro estão desertas porque há poucas horas muitos residentes se deslocaram para zonas próximas consideradas mais seguras. Mesmo assim, disse o ativista, muitos moradores não puderam abandonar suas casas por conta dos bombardeios e pela presença de franco-atiradores nos terraços dos edifícios.

De acordo com a versão do regime sírio, os soldados de segurança perseguem um suposto grupo terrorista no bairro de Naher Aisha, vizinho ao de Al Tadamun.

Uma fonte oficial citada pela agência de notícias síria ''Sana'', ressaltou que, durante a operação, vários supostos terroristas foram mortos, mas os números não foram divulgados.

O citado grupo chegou a Naher Aisha após escapar de Al Tadamun, afirmou a fonte, que sustenta que os supostos terroristas detonaram, no domingo, vários artefatos explosivos nesse bairro.


O Comando Central do ELS dentro da Síria informou, em comunicado, que os rebeldes também enfrentaram o Exército e as forças de segurança nos bairros de Al Midan e Al Zahira.

O ELS, grupo integrado por militares desertores e civis, denunciou ''uma escalada (da violência) sem precedentes por parte do regime para acabar com a revolução na capital''.

Os insurgentes destacaram que há franco-atiradores apostados nos terraços de edifícios como na sede do Ministério de Transportes, nos escritórios do Crescente Vermelho e na sede dos bombeiros na área de Al Zahira, no sul da cidade.

Durante os bombardeios, foi proibido o tráfego de veículos pela estrada que liga o país à Jordânia, apesar de o motivo ser diferente, segundo a fonte. O ELS informou que seus combatentes fecharam a estrada para apoiar os habitantes de Al Tadamun e Al Midan, enquanto os opositores disseram que foram as tropas do regime que fizeram o bloqueio do acesso à via. Já o Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que foram os manifestantes que fecharam a estrada, em protesto pelas operações militares em Damasco.

Esse mesmo grupo apontou que houve outro protesto no bairro de Mezeh, perto do novo edifício da Embaixada do Irã, no qual dezenas de pessoas pediram a queda do regime e condenaram as operações militares.

As organizações opositoras também informaram que mais de 30 pessoas foram mortas em várias províncias do país, sobretudo em Aleppo, Hama e Deraa.


O Observatório disse que em Deraa houve combates entre o ELS e o Exército, enquanto na província central de Homs, os bombardeios foram intensificados, denunciou a rede opositora Sham.

As informações, no entanto, não puderam ser checadas devido a restrições impostas pelas autoridades sírias aos jornalistas.

No terreno diplomático, o regime de Damasco declarou o embaixador do Marrocos na Síria, Mohammed ao Ajsasi, como ''persona non grata'', depois que o governo marroquino pediu que Nabih Ismael, representante diplomático sírio, deixasse o país.

Enquanto isso, o mediador internacional da ONU, Kofi Annan, iniciou uma visita a Moscou onde espera se reunir com o presidente Vladimir Putin, na terça-feira, para reativar o plano de paz.

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