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Confrontos deixam mais de 100 mil refugiados no Congo

Segundo a organização, em consequência dos confrontos entre forças governamentais e rebeldes, mais de 100 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas

República Democrática do Congo: "a população simplesmente foi abandonada", lamentou o coordenador de emergências da MSF  (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 12h09.

Nairóbi - Em consequência dos confrontos entre forças governamentais e rebeldes, mais de 100 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas na Província Oriental da República Democrática do Congo (RDC), denunciou nesta quinta-feira a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

De acordo com a MSF, as Forças Armadas da RDC e as Forças de Resistência Patrióticas de Ituri (FRPI) disputam pelo controle da região de Ituri, situada no nordeste do país, desde o último dia 23 de agosto.

No entanto, a violência se intensificou consideravelmente nos últimos três dias no distrito de Irumu do Sul, situado nesta mesma região, enquanto a população sofre com tiroteios e saques diariamente.

"A população simplesmente foi abandonada", lamentou o coordenador de emergências da MSF na cidade de Geti, Fred Meylan, que ressaltou que a ajuda humanitária à população da região é totalmente insuficiente para atender as necessidades urgentes.

Por conta da situação, a MSF exaltou a necessidade de se mobilizar mais recursos e pediu as partes envolvidas no conflito para respeitar à população civil e a integridade dos equipamentos médicos.

De acordo com a MSF, a maior parte das instalações médicas foram saqueadas ou destruídas nas últimas semanas.

No último mês de setembro, por exemplo, um intenso combate no interior do centro médico de Geti resultou na morte de uma enfermeira, enquanto vários pacientes ficaram feridos.


"Até agora, conseguimos manter os serviços de emergência para salvar vidas e atender os feridos, mas as partes implicadas no conflito devem respeitar a integridade das instalações de saúde", insistiu o coordenador da MSF.

Devido à falta de segurança, a organização teve que adiar uma campanha de vacinação contra o sarampo e reduzir o número de médicos após os confrontos próximos à base de Geti.

Desde o início da violência na região, a MSF realizou mais de 17 mil consultas médicas em Geti e Munobi, operou 43 pacientes feridos, realizou 17 partos e ofereceu terapia intensiva a 165 pacientes.

No entanto, a resposta da ajuda segue insuficiente nas povoações próximas de Lagabo, Soke, Songolo e Malo, onde os deslocados começaram a chegar no final de agosto após deixar para trás todos seus pertences.

"Hoje em dia, a maioria não tem acesso ao atendimento médico. Isto é particularmente preocupante, já que parte da região sofre uma epidemia de sarampo há vários meses", advertiu o médico.

Desde o fim da Segunda Guerra do Congo (1998-2003), que envolveu vários países africanos, a RDC está imersa em um frágil processo de paz e tem desdobrados em seu território cerca de 19 mil soldados da ONU.

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Nairóbi - Em consequência dos confrontos entre forças governamentais e rebeldes, mais de 100 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas na Província Oriental da República Democrática do Congo (RDC), denunciou nesta quinta-feira a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

De acordo com a MSF, as Forças Armadas da RDC e as Forças de Resistência Patrióticas de Ituri (FRPI) disputam pelo controle da região de Ituri, situada no nordeste do país, desde o último dia 23 de agosto.

No entanto, a violência se intensificou consideravelmente nos últimos três dias no distrito de Irumu do Sul, situado nesta mesma região, enquanto a população sofre com tiroteios e saques diariamente.

"A população simplesmente foi abandonada", lamentou o coordenador de emergências da MSF na cidade de Geti, Fred Meylan, que ressaltou que a ajuda humanitária à população da região é totalmente insuficiente para atender as necessidades urgentes.

Por conta da situação, a MSF exaltou a necessidade de se mobilizar mais recursos e pediu as partes envolvidas no conflito para respeitar à população civil e a integridade dos equipamentos médicos.

De acordo com a MSF, a maior parte das instalações médicas foram saqueadas ou destruídas nas últimas semanas.

No último mês de setembro, por exemplo, um intenso combate no interior do centro médico de Geti resultou na morte de uma enfermeira, enquanto vários pacientes ficaram feridos.


"Até agora, conseguimos manter os serviços de emergência para salvar vidas e atender os feridos, mas as partes implicadas no conflito devem respeitar a integridade das instalações de saúde", insistiu o coordenador da MSF.

Devido à falta de segurança, a organização teve que adiar uma campanha de vacinação contra o sarampo e reduzir o número de médicos após os confrontos próximos à base de Geti.

Desde o início da violência na região, a MSF realizou mais de 17 mil consultas médicas em Geti e Munobi, operou 43 pacientes feridos, realizou 17 partos e ofereceu terapia intensiva a 165 pacientes.

No entanto, a resposta da ajuda segue insuficiente nas povoações próximas de Lagabo, Soke, Songolo e Malo, onde os deslocados começaram a chegar no final de agosto após deixar para trás todos seus pertences.

"Hoje em dia, a maioria não tem acesso ao atendimento médico. Isto é particularmente preocupante, já que parte da região sofre uma epidemia de sarampo há vários meses", advertiu o médico.

Desde o fim da Segunda Guerra do Congo (1998-2003), que envolveu vários países africanos, a RDC está imersa em um frágil processo de paz e tem desdobrados em seu território cerca de 19 mil soldados da ONU.

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