Maduro rejeitou em ato público os atos de violência contra o CNE, assegurando que os funcionários americanos expulsos do país em 5 de março davam ordens e orientações aos jovens opositores (AFP / Juan Barreto)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 21h56.
Caracas - Quatro estudantes opositores ficaram feridos nesta quinta-feira após serem agredidos supostamente por jovens chavistas quando tentavam chegar ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para exigir eleições justas na Venezuela, segundo fontes da manifestação opositora.
A passeata dos estudantes, organizada pelo movimento Operação Soberania, que há semanas impulsiona atividades de reivindicação ao governo, tentou chegar ao CNE para entregar uma carta aos reitores do ente eleitoral com a exigência de eleições transparentes, mas foi interceptada por outra concentração de chavistas.
"Temos quatro feridos", disse a jornalistas Reinaldo Díaz, que se identificou como um dos dirigentes da marcha, ao culpar pelos incidentes "coletivos do chavismo que vieram sabotar a manifestação dos estudantes".
Díaz disse que os feridos estavam em estado "grave", mas não ofereceu dados nem detalhes sobre o alcance das lesões.
O presidente interino, Nicolás Maduro, rejeitou em um ato público os atos de violência contra o CNE e assegurou que os funcionários americanos que foram expulsos do país no último dia 5 de março davam ordens e orientações aos jovens opositores que hoje protagonizaram este protesto.
"Quero revelar isto neste momento, não tinha dito antes, quando nós expulsamos os dois adidos militares do governo dos Estados Unidos, não só os expulsamos porque estavam (...) conspirando abertamente (...), eles também davam ordens, orientações e dinheiro a este mesmo grupo", disse em um ato público no estado Anzoátegui.
Embora os dois grupos tenham sido separados pela polícia, os opositores denunciaram que do lado dos simpatizantes do falecido presidente Hugo Chávez foram lançadas pedras e garrafas.
Finalmente, a polícia tirou os manifestantes opositores do local, onde ficaram os membros dos coletivos chavistas, alguns portando armas de fogo.
"Estamos protestando para que exista respeito, tolerância e não o conseguimos do outro lado. Continuamos com a luta não violenta", disse à agência Efe Carlos Varas, estudante de 19 anos e um dos feridos, com um ferimento na sobrancelha.