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Conflito armado matou 220 mil em 54 anos na Colômbia

Segundo relatório do Grupo de Memória Históricaoito, oito em cada dez vítimas fatais eram civis

Guerrilheiros das Farc são vistos em Caquetá, na Colômbia: pesquisa contabilizou 177.307 civis mortos até 2012 e 40.787 combatentes das guerrilhas (©AFP / Luis Acosta)
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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 19h32.

Bogotá - Pelo menos 220 mil pessoas morreram violentamente na Colômbia nos últimos 54 anos em decorrência do conflito armado interno, e oito em cada dez vítimas fatais eram civis, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira pela entidade Grupo de Memória Histórica, após seis anos de pesquisa.

"É uma guerra que enlutou a maior parte do território nacional ... que rompeu todas as regras humanitárias para além dos objetivos sociais ou políticos que múltiplos grupos possam esgrimir", disse o diretor da entidade, Gonzalo Sánchez, ao entregar o relatório ao presidente do país, Juan Manuel Santos.

Embora as guerrilhas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e Exército de Libertação Nacional (ELN) tenham surgido em 1964, a pesquisa abrange um período iniciado seis anos antes, para incluir a violência política que antecedeu a formação dos grupos rebeldes esquerdistas.

A pesquisa contabilizou 177.307 civis mortos até 2012 e 40.787 combatentes das guerrilhas, das Forças Armadas e dos esquadrões paramilitares de ultradireita que surgiram na década de 1980 para combater os rebeldes, com o apoio de narcotraficantes e de alguns militares.

Segundo o documento, todas as partes envolvidas, inclusive as forças do Estado, cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade, com diferentes intensidades. O estudo diz que o auge da violência ocorreu entre 1985 e 2002, e que os paramilitares cometeram o maior número de homicídios, enquanto os guerrilheiros realizaram mais sequestros e ataques contra a infraestrutura econômica.

O volume com mais de 400 páginas, contendo depoimentos de vítimas e fotos de alguns dos incidentes mais violentos, dá conta de 1.982 massacres entre 1980 e 2012, com 11.751 mortos; de 27.023 sequestros de 1970 a 2010; de mais de 5,7 milhões de refugiados internos desde 1985; e de 1.754 casos de violência sexual entre 1985 e 2012.

Santos disse que o relatório é um passo na direção de reconhecer a realidade do conflito.

"Todos merecemos conhecer a verdade, todos merecemos entender o que aconteceu em nossos campos e nossas cidades, só assim podemos dizer com força e esperança que já chega. Só numa Colômbia sem medo e com verdade poderemos começar a virar página", disse Santos, que mantém desde o ano passado uma negociação de paz com as Farc.

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"É uma guerra que enlutou a maior parte do território nacional ... que rompeu todas as regras humanitárias para além dos objetivos sociais ou políticos que múltiplos grupos possam esgrimir", disse o diretor da entidade, Gonzalo Sánchez, ao entregar o relatório ao presidente do país, Juan Manuel Santos.

Embora as guerrilhas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e Exército de Libertação Nacional (ELN) tenham surgido em 1964, a pesquisa abrange um período iniciado seis anos antes, para incluir a violência política que antecedeu a formação dos grupos rebeldes esquerdistas.

A pesquisa contabilizou 177.307 civis mortos até 2012 e 40.787 combatentes das guerrilhas, das Forças Armadas e dos esquadrões paramilitares de ultradireita que surgiram na década de 1980 para combater os rebeldes, com o apoio de narcotraficantes e de alguns militares.

Segundo o documento, todas as partes envolvidas, inclusive as forças do Estado, cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade, com diferentes intensidades. O estudo diz que o auge da violência ocorreu entre 1985 e 2002, e que os paramilitares cometeram o maior número de homicídios, enquanto os guerrilheiros realizaram mais sequestros e ataques contra a infraestrutura econômica.

O volume com mais de 400 páginas, contendo depoimentos de vítimas e fotos de alguns dos incidentes mais violentos, dá conta de 1.982 massacres entre 1980 e 2012, com 11.751 mortos; de 27.023 sequestros de 1970 a 2010; de mais de 5,7 milhões de refugiados internos desde 1985; e de 1.754 casos de violência sexual entre 1985 e 2012.

Santos disse que o relatório é um passo na direção de reconhecer a realidade do conflito.

"Todos merecemos conhecer a verdade, todos merecemos entender o que aconteceu em nossos campos e nossas cidades, só assim podemos dizer com força e esperança que já chega. Só numa Colômbia sem medo e com verdade poderemos começar a virar página", disse Santos, que mantém desde o ano passado uma negociação de paz com as Farc.

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