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Confirmado primeiro caso de Ebola contraído nos EUA

O caso coloca em dúvida as medidas de proteção adotadas e representa um duro golpe na luta mundial contra a epidemia

Funcionários aguardam chegada de possível paciente com Ebola no Hospital Presbiteriano de Dallas (Joe Raedle/AFP)

Funcionários aguardam chegada de possível paciente com Ebola no Hospital Presbiteriano de Dallas (Joe Raedle/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 07h31.

Washington - Os Estados Unidos confirmaram neste domingo o primeiro caso de Ebola contraído no país, o que coloca em dúvida as medidas de proteção adotadas e representa um duro golpe na luta mundial contra a epidemia.

A pessoa afetada é uma funcionária do Hospital Presbiteriano de Dallas, local onde foi tratado o liberiano Thomas Eric Duncan - vítima do Ebola que morreu na última quarta-feira.

O anúncio do contágio reacendeu os temores acerca da capacidade dos países em conter a maior epidemia de Ebola desde a identificação do vírus, em 1976.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a epidemia já deixou mais de 4.000 mortos entre 7.399 casos detectados em sete países, entre eles Libéria, Serra Leoa e Guiné.

Até o momento, não existe vacina ou tratamento contra o vírus, que se transmite por contato direto com fluidos corporais uma vez que o paciente desenvolve os sintomas (febre, vômitos, dores musculares). Os profissionais da área de saúde devem usar uma roupa protetora para tratar os casos de Ebola.

O Centro para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) abriu uma investigação devido a este caso suspeito com o objetivo de detectar mais trabalhadores do setor de saúde expostos a este vírus.

- Questão de protocolo -

"Não sabemos o que aconteceu no cuidado do paciente, o paciente original em Dallas, mas em algum ponto houve uma quebra no protocolo e esta quebra resultou na infecção", disse o chefe do CDC, Tom Frieden, à imprensa.

Segundo os funcionários de saúde, a doente - que pediu o anonimato - disse que não sabia se havia desrespeitado o protocolo de segurança.

O chefe clínico do departamento de Recursos Sanitários do Texas, Dan Varga, comentou que os funcionários estão muito preocupados porque, segundo eles, esta pessoa contraiu o vírus apesar de seguir todos os protocolos de segurança.

A Casa Branca informou que o presidente Barack Obama conversou por telefone com a ministra da Saúde, Sylvia Burwell, insistindo que os resultados da investigação de Dallas sobre as circunstâncias do contágio devem ser compartilhados "rapidamente e amplamente".

A União Nacional de Enfermeiras, principal sindicato do setor, afirmou que os trabalhadores do setor estão "alarmados com a preparação inadequada", destacou RoseAnn DeMoro, presidente do sindicato.

Na Libéria, onde 2.316 pessoas morreram, os funcionários do setor de saúde decidiram ampliar uma greve para exigir um pagamento maior pelo risco representado pela epidemia.

- Segundo caso fora da África -

O caso da mulher norte-americana é a segunda contaminação fora da África, depois da auxiliar de enfermagem Teresa Romero, que contraiu o vírus Ebola no final de setembro num hospital de Madri, onde cuidou de um missionário espanhol infectado na África.

"Ela melhorou durante a noite. Está consciente e fala nos momentos em que está bem", disse uma fonte do hospital Carlos III de Madri.

"Ela está melhor, não tem mais febre, parece que mesmo estando gravemente doente, tudo está indo bem, e evoluindo de maneira satisfatória. É grave, mas estável, e isso nos dá esperanças", declarou o irmão da vítima, Jose-Ramon Romero, ao canal de televisão privado La Sexta.

Teresa Romero, hospitalizada desde a última segunda-feira, teria sido contaminada ao cuidar de um missionário espanhol repatriado a Madri e que morreu vítima do Ebola no dia 25 de setembro.

Quinze pessoas, em sua maioria funcionários do hospital e o marido de Romero, estão em observação. Até o momento nenhum deles apresentou sintomas de infecção.

- Luta mundial contra o vírus -

Os casos na Espanha e nos Estados Unidos mostram a seriedade do temor expressado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a propagação do vírus.

O CDC estimou que o número de casos em nível mundial pode aumentar no pior cenário a 1,4 milhão até janeiro.

Vários países começaram a aplicar controles mais rígidos a passageiros procedentes de Libéria, Serra Leoa e Guiné.

Nos Estados Unidos, o aeroporto de Nova York, JFK, se tornou neste sábado o primeiro a começar a aplicar controles mais rígidos e outros aeroportos do país e do mundo também preveem aplicar medidas de controle mais específicas para os passageiros procedentes da África Ocidental.

O Canadá aconselhou seus cidadãos a deixarem os países da África Ocidental na medida do possível, enquanto o Reino Unido disse estar preparado para uma eventual chegada do vírus em seu território.

Phil Smith, do Centro Médico Nebraska, onde está internado Ashoka Mukpo, um cinegrafista norte-americano de 33 anos infectado na Libéria, informou que o paciente fez "grandes progressos". Ele "responde bem aos tratamentos", comentou.

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