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Condenação de Berlusconi deixa governo italiano em suspenso

Premiê disse estar certo de que os melhores interesses da Itália vão preponderar sobre disputas partidárias

Berlusconi reagiu com irritação à decisão da Suprema Corte italiana de rejeitar o último recurso contra condenação e disse que vai continuar na política, por meio do "Forza Italia" (Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2013 às 09h36.

Roma - A condenação em última instância do ex-premiê Silvio Berlusconi por fraude fiscal deixa por um fio a frágil coalizão italiana de governo, apesar de os partidários do político conservador garantirem que não abandonarão o governo.

O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, disse nesta sexta-feira estar certo de que os melhores interesses da Itália vão preponderar sobre disputas partidárias.

"Estou convencido de que estamos em uma situação em que cada um tem que assumir suas responsabilidades pelos melhores interesses do país", disse a jornalistas. Letta acrescentou que está seguro de que "todos os partidos" vão fazer a coisa certa.

Apenas três meses depois da posse do premiê centro-esquerdista, à frente de uma desconfortável coalizão com o partido centro-direitista Povo da Liberdade (PDL), a Itália -terceira maior economia da zona do euro- está novamente mergulhada na incerteza.

Berlusconi, um bilionário de 76 anos, reagiu com irritação à decisão da Suprema Corte italiana de rejeitar o último recurso contra a condenação dele. O ex-premiê insistiu na sua inocência e disse que é perseguido por juízes desde que entrou para a política, há 20 anos.

A condenação diz respeito à acusação de que o conglomerado de mídia Mediaset, de Berlusconi, superfaturou direitos de transmissão televisiva, como parte de uma fraude tributária. Após dezenas de processos por acusações variadas -de sonegação fiscal a crimes sexual-, essa é a primeira vez que Berlusconi sofre uma condenação definitiva.

"Ninguém pode entender a verdadeira violência direcionada contra mim", disse ele em um vídeo transmitido pela TV após o veredicto. "Uma genuína campanha de acusação que não tem igual." Por causa da idade, Berlusconi provavelmente se livrará da cadeia. A corte determinou que a sentença original seja revista no seu trecho que previa a cassação dos direitos políticos do réu. Mesmo assim, a conclusão do processo representa um golpe sem precedentes para um homem que durante duas décadas dominou a política italiana.

O político e comediante Beppe Grillo, líder do Movimento 5 Estrelas, principal grupo de oposição, disse que a condenação de Berlusconi é "igual à queda do Muro de Berlim em 1989".

Os mercados financeiros, no entanto, ficaram menos impressionados com a notícia, num sinal de que os investidores preveem que o governo conseguirá sobreviver, ao menos por enquanto.

O principal índice acionário ficou estável na sexta-feira, e os juros para os títulos públicos com vencimento em dez anos caíram. Já as ações da Mediaset tiveram queda de 4 por cento no volátil início do pregão.

Berlusconi disse que vai continuar na política, por meio do "Forza Italia", nome do seu primeiro partido, e que vai pressionar por uma reforma do Judiciário. Ele não fez, no entanto, nenhuma menção ao futuro da coalizão com Letta.

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Roma - A condenação em última instância do ex-premiê Silvio Berlusconi por fraude fiscal deixa por um fio a frágil coalizão italiana de governo, apesar de os partidários do político conservador garantirem que não abandonarão o governo.

O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, disse nesta sexta-feira estar certo de que os melhores interesses da Itália vão preponderar sobre disputas partidárias.

"Estou convencido de que estamos em uma situação em que cada um tem que assumir suas responsabilidades pelos melhores interesses do país", disse a jornalistas. Letta acrescentou que está seguro de que "todos os partidos" vão fazer a coisa certa.

Apenas três meses depois da posse do premiê centro-esquerdista, à frente de uma desconfortável coalizão com o partido centro-direitista Povo da Liberdade (PDL), a Itália -terceira maior economia da zona do euro- está novamente mergulhada na incerteza.

Berlusconi, um bilionário de 76 anos, reagiu com irritação à decisão da Suprema Corte italiana de rejeitar o último recurso contra a condenação dele. O ex-premiê insistiu na sua inocência e disse que é perseguido por juízes desde que entrou para a política, há 20 anos.

A condenação diz respeito à acusação de que o conglomerado de mídia Mediaset, de Berlusconi, superfaturou direitos de transmissão televisiva, como parte de uma fraude tributária. Após dezenas de processos por acusações variadas -de sonegação fiscal a crimes sexual-, essa é a primeira vez que Berlusconi sofre uma condenação definitiva.

"Ninguém pode entender a verdadeira violência direcionada contra mim", disse ele em um vídeo transmitido pela TV após o veredicto. "Uma genuína campanha de acusação que não tem igual." Por causa da idade, Berlusconi provavelmente se livrará da cadeia. A corte determinou que a sentença original seja revista no seu trecho que previa a cassação dos direitos políticos do réu. Mesmo assim, a conclusão do processo representa um golpe sem precedentes para um homem que durante duas décadas dominou a política italiana.

O político e comediante Beppe Grillo, líder do Movimento 5 Estrelas, principal grupo de oposição, disse que a condenação de Berlusconi é "igual à queda do Muro de Berlim em 1989".

Os mercados financeiros, no entanto, ficaram menos impressionados com a notícia, num sinal de que os investidores preveem que o governo conseguirá sobreviver, ao menos por enquanto.

O principal índice acionário ficou estável na sexta-feira, e os juros para os títulos públicos com vencimento em dez anos caíram. Já as ações da Mediaset tiveram queda de 4 por cento no volátil início do pregão.

Berlusconi disse que vai continuar na política, por meio do "Forza Italia", nome do seu primeiro partido, e que vai pressionar por uma reforma do Judiciário. Ele não fez, no entanto, nenhuma menção ao futuro da coalizão com Letta.

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