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Concorrência não gera preço menor de equipamento eólico

Preços não devem cair mais, apesar da maior concorrência no setor de energia sustentável

Valor dos equipamentos eólicos mostrou queda de cerca de 20% neste ano ante os preços praticados nos leilões de 2010 (Luis Morais/VOCÊ S/A)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2011 às 13h27.

São Paulo - A concorrência no setor de energia eólica tende a aumentar, mas os preços de equipamentos, que já são menores que os praticados para os leilões de 2010, não devem recuar mais por conta disso.

Diante do crescimento da concorrência, muitos fabricantes estudam elevar suas capacidades de produção no país, aguardando os pedidos que certamente chegarão após os recentes leilões A-3 e de reserva.

O valor dos equipamentos eólicos mostrou queda de cerca de 20 por cento neste ano ante os preços praticados nos leilões de 2010, de acordo com estimativa do vice-presidente e diretor da área de GTD (Geração, Transmissão e Distribuição) da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Newton Duarte.

Em contrapartida, os preços de energia eólica caíram cerca de 24 por cento de um ano para o outro, passando de uma média de 130,83 reais por megawatt-hora (MWh) nos leilões de 2010 para 99,57 reais por MWh no leilão A-3 e 99,54 reais por MWh no leilão de Reserva, ambos realizados em agosto.

O representante da Abinee considera que os preços foram "extremamente difíceis para a indústria".

"Tem empresas européias e asiáticas que vieram dando descontos, o que obrigou os participantes do mercado brasileiro a acompanhar", disse Duarte.

No ano passado, os descontos de preço, segundo ele, foram naturais, já que a indústria eólica ainda estava se instalando no país.

Já em 2011 Duarte avalia que os preços de equipamentos eólicos vendidos no Brasil estejam, no mínimo, 10 por cento inferiores aos valores praticados no exterior.

Duarte não acredita que seja possível oferecer descontos ainda maiores nos equipamentos para o segmento eólico.

"Certamente pode ocorrer, no futuro, que concorrentes nossos façam preços cada vez mais baixos. Mas o mercado brasileiro já está experimentando preços extremamente baixos em relação aos preços mundiais", disse.


O diretor executivo da WPE, subsidiária fabricante de aerogeradores da Impsa no Brasil, Emílio Guiñazu, lembra que a redução de preços de equipamentos no Brasil foi uma tentativa de acompanhar a tendência do mercado.

"Temos tentado transferir todas as vantagens do processo para o nosso cliente... No curto prazo, percebemos uma forte atenção no país por parte das empresas de fora de Brasil, por conta da falta de oportunidades em seus mercados de origem. Mas no longo prazo ainda não sabemos o que vai acontecer".

O diretor-executivo de marketing da GE, Marcelo Prado, considera o país um dos principais mercados eólicos no mundo atual. Entretanto, ele não aposta que a concorrência por este mercado resultará, necessariamente, em queda de preços.

"A competitividade tende a aumentar e não necessariamente isso vai se refletir em menores preços nos leilões", disse.

Ampliação da capacidade

A Siemens estuda aumentar a produção de equipamentos eólicos no Brasil e está avaliando locais para instalação de uma fábrica de naceles (caixa que abriga engrenagens do aerogerador), com início das operações previsto para 2012.

"Em alguns meses (após a definição do local) é possível levantar a fábrica", disse Newton Duarte, que também é diretor de Energia da Siemens.

Já a GE estuda a expansão da capacidade de produção no Brasil para atender as encomendas que serão fechadas referentes aos leilões deste ano.

Os prazos para entregas desses equipamentos vão do final de 2012 ao início de 2013.

"Hoje, a nossa fábrica está trabalhando com as encomendas dos leilões de 2009 e 2010 (...) A ampliação da fábrica é uma das alternativas, mas há possibilidade de outra fábrica em outro local", disse à Reuters o diretor Marcelo Prado.

A Impsa já anunciou planos de dobrar a capacidade de produção da fábrica de aerogeradores para mil megawatts (MW) por ano.

"A primeira etapa está sendo executada e vai ser concluída antes do final do ano", disse.

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São Paulo - A concorrência no setor de energia eólica tende a aumentar, mas os preços de equipamentos, que já são menores que os praticados para os leilões de 2010, não devem recuar mais por conta disso.

Diante do crescimento da concorrência, muitos fabricantes estudam elevar suas capacidades de produção no país, aguardando os pedidos que certamente chegarão após os recentes leilões A-3 e de reserva.

O valor dos equipamentos eólicos mostrou queda de cerca de 20 por cento neste ano ante os preços praticados nos leilões de 2010, de acordo com estimativa do vice-presidente e diretor da área de GTD (Geração, Transmissão e Distribuição) da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Newton Duarte.

Em contrapartida, os preços de energia eólica caíram cerca de 24 por cento de um ano para o outro, passando de uma média de 130,83 reais por megawatt-hora (MWh) nos leilões de 2010 para 99,57 reais por MWh no leilão A-3 e 99,54 reais por MWh no leilão de Reserva, ambos realizados em agosto.

O representante da Abinee considera que os preços foram "extremamente difíceis para a indústria".

"Tem empresas européias e asiáticas que vieram dando descontos, o que obrigou os participantes do mercado brasileiro a acompanhar", disse Duarte.

No ano passado, os descontos de preço, segundo ele, foram naturais, já que a indústria eólica ainda estava se instalando no país.

Já em 2011 Duarte avalia que os preços de equipamentos eólicos vendidos no Brasil estejam, no mínimo, 10 por cento inferiores aos valores praticados no exterior.

Duarte não acredita que seja possível oferecer descontos ainda maiores nos equipamentos para o segmento eólico.

"Certamente pode ocorrer, no futuro, que concorrentes nossos façam preços cada vez mais baixos. Mas o mercado brasileiro já está experimentando preços extremamente baixos em relação aos preços mundiais", disse.


O diretor executivo da WPE, subsidiária fabricante de aerogeradores da Impsa no Brasil, Emílio Guiñazu, lembra que a redução de preços de equipamentos no Brasil foi uma tentativa de acompanhar a tendência do mercado.

"Temos tentado transferir todas as vantagens do processo para o nosso cliente... No curto prazo, percebemos uma forte atenção no país por parte das empresas de fora de Brasil, por conta da falta de oportunidades em seus mercados de origem. Mas no longo prazo ainda não sabemos o que vai acontecer".

O diretor-executivo de marketing da GE, Marcelo Prado, considera o país um dos principais mercados eólicos no mundo atual. Entretanto, ele não aposta que a concorrência por este mercado resultará, necessariamente, em queda de preços.

"A competitividade tende a aumentar e não necessariamente isso vai se refletir em menores preços nos leilões", disse.

Ampliação da capacidade

A Siemens estuda aumentar a produção de equipamentos eólicos no Brasil e está avaliando locais para instalação de uma fábrica de naceles (caixa que abriga engrenagens do aerogerador), com início das operações previsto para 2012.

"Em alguns meses (após a definição do local) é possível levantar a fábrica", disse Newton Duarte, que também é diretor de Energia da Siemens.

Já a GE estuda a expansão da capacidade de produção no Brasil para atender as encomendas que serão fechadas referentes aos leilões deste ano.

Os prazos para entregas desses equipamentos vão do final de 2012 ao início de 2013.

"Hoje, a nossa fábrica está trabalhando com as encomendas dos leilões de 2009 e 2010 (...) A ampliação da fábrica é uma das alternativas, mas há possibilidade de outra fábrica em outro local", disse à Reuters o diretor Marcelo Prado.

A Impsa já anunciou planos de dobrar a capacidade de produção da fábrica de aerogeradores para mil megawatts (MW) por ano.

"A primeira etapa está sendo executada e vai ser concluída antes do final do ano", disse.

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