Mundo

Como Abe no Japão, australiano Rudd se diz um líder mudado

Premiê acredita ter aprendido as lições do seu fracassado primeiro governo, e acha que poderá ser um líder mais efetivo na preparação para as próximas eleições

Kevin Rudd assina documento instituindo-o como primeiro-ministro da Austrália na Casa do Governo em Camberra (Andrew Taylor/Reuters)

Kevin Rudd assina documento instituindo-o como primeiro-ministro da Austrália na Casa do Governo em Camberra (Andrew Taylor/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2013 às 10h16.

Canberra - Como o japonês Shinzo Abe, o ressuscitado premiê australiano Kevin Rudd acredita ter aprendido as lições do seu fracassado primeiro governo, e acha que poderá ser um líder mais efetivo na preparação para as próximas eleições nacionais.

Abe e Rudd foram políticos joviais que assumiram os cargos prometendo uma positiva mudança de gerações, mas cujos mandatos acabaram sendo abreviados pela queda no apoio popular.

Rudd venceu as eleições no final de 2007, mas foi destituído por seu próprio partido em junho de 2010, às vésperas de eleições nacionais, por causa do temor de que ele levasse seu partido a uma esmagadora derrotada.

Ambos agora fazem retornos espetaculares. Abe venceu eleições nacionais no final de 2012, e Rudd destituiu Julia Gillard, primeira mulher a ser primeira-ministra da Austrália, para voltar à liderança na quarta-feira, diante de pesquisas que indicam um cenário ruim para o seu Partido Trabalhista nas próximas eleições.

Mas, desta vez, os principais apoiadores e assessores de Rudd acham que o primeiro-ministro será diferente do líder misterioso, autoritário e "workaholic" que costumava rejeitar conselhos políticos e ficou cada vez mais isolado dos colegas durante sua primeira passagem pelo governo.

"Acho que todos aprendemos as experiências pelas quais passamos", disse o senador e ex-ministro trabalhista Kim Carr à Reuters.

"É muito lamentável o indivíduo que não aprende. Há pouquíssimos políticos que têm uma segunda chance de lidar com questões substanciais. Ele é um dos raros. Kevin é inovador, é um comunicador de bom coração. Ele tem um interesse real em ir ao coração do problema social." Assessores do governo dizem que essa nova abordagem já é evidente, com Rudd prometendo consultar seu novo ministério antes de decidir novas políticas e a data da eleição, que Gillard havia marcado para 14 de setembro.

O Partido Liberal, de oposição --ainda favorito para voltar ao poder dentro de três meses-- já divulgou anúncios de TV destacando as críticas de colegas de partido de Rudd ao líder trabalhista.

"Como pode um primeiro-ministro caótico e disfuncional no cargo de repente ser um primeiro-ministro do devido processo", disse o líder liberal Tony Abbott na quinta-feira, enquanto seus parlamentares listavam uma série de políticas problemáticas do primeiro mandato de Rudd.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaAustráliaJapãoPaíses ricosPolíticaPolíticosShinzo Abe

Mais de Mundo

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia

A discreta missa de Natal em uma região da Indonésia sob a sharia

Avião fabricado pela Embraer cai no Cazaquistão com 67 pessoas a bordo

Papa faz apelo para Ucrânia e Gaza, que passam por 'situação humanitária muito grave'