Mundo

Comissão do Senado autoriza uso da força militar na Síria

Votação abre caminho para que a resolução seja apreciada pelo plenário do Senado, provavelmente na próxima semana

John Kerry, Secretário de Estado dos EUA, depõe sobre uma intervenção militar na Síria durante reunião na Comissão de Relações Exteriores do Senado (Jason Reed/Reuters)

John Kerry, Secretário de Estado dos EUA, depõe sobre uma intervenção militar na Síria durante reunião na Comissão de Relações Exteriores do Senado (Jason Reed/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2013 às 18h08.

Washington - A Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos aprovou uma resolução nesta quarta-feira autorizando uma intervenção militar limitada na Síria, preparando o terreno para um debate no plenário do Senado na próxima semana sobre o uso da força militar.

A placar foi de 10 votos a favor e 7 contra uma resolução que estabelece um limite de 60 dias para qualquer envolvimento na Síria e impede o uso de tropas norte-americanas em operações de combate em terra naquele país.

A autorização aprovada na comissão é mais limitada do que a proposta inicial do presidente norte-americano, Barack Obama, mas atende ao objetivo de punir a Síria pelo ataque com armas químicas contra civis sírios que, segundo o governo dos Estados Unidos que, matou mais de 1.400 pessoas.

A proposta ainda enfrenta resistência significativa no Congresso, onde muitos parlamentares temem que poderia levar a um envolvimento militar prolongado dos EUA na guerra civil da Síria e desencadear uma escalada da violência na região.

O plenário do Senado deve votar a resolução na semana que vem. A Câmara dos Deputados também deve aprovar a medida.

Obama e outras autoridades do governo têm pressionado o Congresso a agir rapidamente, dizendo que a segurança nacional do país e sua credibilidade internacional estão em jogo na decisão de usar a força na Síria para punir o governo do presidente Bashar al-Assad pelo uso de armas químicas.

"Se não tomarmos uma posição aqui hoje, eu garanto, é provável que enfrentemos riscos muito maiores à nossa segurança e uma probabilidade muito maior de conflito que exigirão a nossa ação no futuro", disse o secretário de Estado, John Kerry, ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara em uma reunião separada nesta quarta-feira.

"Assad vai entender o nosso silêncio, a nossa falta de vontade de agir, como um sinal de que ele pode usar as suas armas impunimente", disse Kerry.

A votação ocorreu após os dois líderes da comissão --o democrata Robert Menendez e o republicano Bob Corker-- trabalharem em uma solução para aplacar às preocupações de alguns parlamentares de que a resolução de Obama era muito ampla.

O senador republicano John McCain, do Arizona, se opôs à limitação da autorização, mas a comissão aprovou as alterações propostas por ele, com objetivo de destruir a capacidade de Assad de usar armas químicas, aumentar o apoio às forças rebeldes e reverter a dinâmica no campo de batalha para criar condições para a remoção de Assad.

Muitos parlamentares disseram que estão preocupados com a possibilidade de a resolução acabar permitindo o envio de tropas terrestres norte-americanas à Síria, o que, segundo autoridades do governo, não irá acontecer.

"Está muito claro pelo lado da Câmara que não há apoio para combate em terra", disse o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Ed Royce, para Kerry na audiência desta quarta-feira, que também contou com o depoimento de secretário de Defesa, Chuck Hagel, e do presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Martin Dempsey.

Kerry respondeu sem rodeios: "Não haverá batalhas em terra. O presidente disse isso mais de uma vez."

Atualizado às 18h07min.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)GuerrasPaíses ricosSíria

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia