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Comissão de Ética arquiva procedimento para investigar Ideli

As denúncias envolvem a compra de lanchas pelo Ministério da Pesca, pasta que Ideli comandou de janeiro a junho de 2011.

Por meio de nota, a ministra negou qualquer ligação com a empresa (José Cruz/ABr)

Por meio de nota, a ministra negou qualquer ligação com a empresa (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 21h25.

Brasília - A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu nesta segunda-feira, por unanimidade, arquivar procedimento para investigar denúncias de irregularidades envolvendo a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

As denúncias envolvem a compra de lanchas pelo Ministério da Pesca, pasta que Ideli comandou de janeiro a junho de 2011.

Na avaliação do presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, as denúncias não fornecem indícios suficientes para justificar o processo de falta de ética. Segundo Pertence, os documentos "nada provaram".

Denúncias com base em auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam possível desperdício de 31 milhões de reais em licitação de lanchas pelo Ministério da Pesca.

A empresa beneficiada pela compra teria feito doações ao PT de Santa Catarina na época em que Ideli concorria ao governo do Estado.

Por meio de nota, a ministra negou qualquer ligação com a empresa. Ideli afirmou também que era senadora no período em que foi feita a licitação questionada pelo TCU.


"(Ideli) não fez a licitação, não assinou contrato. Pagou uma das prestações a que estava obrigada e foi inteiramente excluída das indagações do Tribunal de Contas", disse Pertence a jornalistas, após a reunião da comissão.

A ministra deve comparecer a uma comissão da Câmara dos Deputados no dia 23 para prestar esclarecimentos sobre as denúncias.

Outros ministros

Durante a reunião desta segunda-feira, a Comissão de Ética arquivou denúncias contra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ministro é citado em telefonema relacionado ao grupo do acusado de comandar uma rede de jogos ilegais, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Denúncias sugerem que Padilha teria se reunido com Cachoeira e um auxiliar. O ministro nega que o encontro tenha ocorrido.

As ligações políticas e empresariais de Cachoeira originaram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista no Congresso Nacional.

A Comissão de Ética decidiu ainda aplicar nova censura ética ao ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci, que deixou a pasta em junho, após suspeitas de tráfico de influência e enriquecimento ilícito.

A censura não impede que Palocci ocupe cargos públicos, mas consta como uma "mancha" em seu currículo.

Segundo Pertence, o caso do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, não foi analisado nesta segunda.

Segundo reportagens publicadas no final do ano passado, Pimentel teria obtido 2 milhões de reais em serviços de consultoria de sua empresa entre 2009 e 2010. Neste período, o ministro já havia deixado a Prefeitura de Belo Horizonte e ainda não havia assumido o ministério no governo da presidente Dilma Rousseff.

Uma das empresas que contrataram a consultoria teria obtido um contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte após Pimentel deixar o cargo.

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