Ksenia Sobchak: "Contra todos", é o nome da campanha de Ksenia, que considera que sua missão nas eleições é aglutinar o voto de protesto (Sergei Karpukhin/Reuters)
EFE
Publicado em 26 de dezembro de 2017 às 12h54.
Moscou - A conhecida jornalista Ksenia Sobchak foi inscrita nesta terça-feira como candidata à Presidência da Rússia pela Comissão Eleitoral Central (CEC), que ontem rejeitou a candidatura do líder opositor Alexei Navalny.
Desta forma, Ksenia pode começar a recolher as 100 mil assinaturas necessárias - não mais de 2.500 por região - para poder registrar formalmente sua candidatura e iniciar sua campanha.
A jornalista tachou hoje de "lamentável injustiça" a decisão da CEC de impedir Navalny de concorrer à presidência com o argumento de que o opositor tem antecedentes criminais.
Ao mesmo tempo, considerou um erro o pedido de boicote feito por Navalny, a quem convidou para entrar a fazer parte da sua equipe de campanha.
Para a jornalista, o boicote anunciado pelo líder opositor só beneficiará o presidente russo, Vladimir Putin, enquanto não reduzirá apenas a participação eleitoral.
"Contra todos", é o nome da campanha de Ksenia, que considera que sua missão nas eleições é aglutinar o voto de protesto.
Por esse motivo, Putin a reprovou em sua última entrevista coletiva por não ter "um programa positivo" e se limitar a criticar o Kremlin.
Embora tenha prometido fundar um partido após as eleições, muitos analistas pensam que Ksenia é uma agente do Kremlin, cujo objetivo seria enfraquecer a oposição radical, ou seja, Navalny, enquanto concede legitimidade às eleições.
Filha do ex-prefeito de São Petersburgo Anatoli Sobchak, padrinho político do atual chefe do Kremlin, a jornalista conta com 10% das intenções de voo, embora seu índice de desaprovação ultrapasse os 50%.
Segundo os analistas, Putin, de 65 anos e cuja candidatura já recebeu o apoio de dois partidos, será reeleito em março com mais de dois terços dos votos, o que lhe permitirá permanecer no Kremlin até 2024.