Irã: enquanto uma parte da população iraniana vê com bons olhos o acordo nuclear, os setores mais conservadores são céticos pelas obrigações que impõe para o país (Morteza Nikoubazl/File Photo/Reuters)
EFE
Publicado em 25 de abril de 2017 às 12h12.
Viena - Os países que assinaram o acordo sobre o polêmico programa nuclear do Irã se reúnem nesta terça-feira em Viena para analisar o cumprimento do tratado, em vigor desde janeiro de 2016 e que estipula um grande congelamento das atividades atômicas da República Islâmica.
O encontro é realizado entre representantes políticos de seis grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), sob a coordenação da secretária geral do serviço exterior da União Europeia (UE), Helga Schmid.
Por parte do Irã compareceu à capital austríaca o vice-ministro das Relações Exteriores e negociador nuclear, Abbas Araghchi.
Este encontro, programado para cada três meses para analisar o cumprimento do acordo, ocorre em meio à campanha para as eleições presidenciais no Irã, onde o moderado presidente Hassan Rohani tenta reeleição.
Enquanto uma parte da população iraniana vê com bons olhos o acordo nuclear, os setores mais conservadores são céticos pelas obrigações que impõe para o país.
O novo governo republicano dos EUA, principal crítico do acordo entre as seis potências, quer "revisar" o tratado ao considerar que o Irã continua sendo uma ameaça.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, se certificou na semana passada de que o Irã "está cumprindo com seus compromissos", mas advertiu que a Casa Branca está revisando o acordo.
Segundo Tillerson, o acordo nuclear é um fracasso, já que "apenas atrasa", mas não evita o objetivo do Irã de "se tornar um Estado nuclear".
Os EUA mantêm sanções bilaterais contra Teerã, o que o Irã diz que vai contra o acordo.
O tratado prevê uma paralisação temporária (de 10 a 25 anos) de certas atividades atômicas, como a produção de urânio enriquecido, em troca da suspensão das sanções internacionais impostas contra o Irã até o ano passado.
O urânio enriquecido é a principal matéria-prima não só para usinas de energia, mas também para bombas atômicas.