Reator nuclear, no sul do Irã: "desejamos chegar a um acordo completo", disse ministro chinês (Atta Kenare/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 07h58.
Viena - As grandes potências e o Irã iniciaram nesta segunda-feira a última jornada de negociação para se chegar a um acordo que assegure que Teerã não poderá desenvolver armas atômicas a curto prazo, sem a certeza de que é possível chegar a um ponto comum ou se será necessário prolongar um diálogo que começou há um ano.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, que se reuniu hoje aos chanceleres dos Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha, afirmou que a jornada de hoje será "crucial" e ressaltou que, com a vontade política necessária, ainda é possível chegar a um acordo.
Estes países, reunidos no chamado Grupo 5+1, lançaram há um ano um processo negociador com o Irã com o objetivo de limitar seu programa nuclear para que ele seja apto para atividades civis mas não se possa desenvolver a bomba em um prazo de, pelo menos, um ano.
"Desejamos chegar a um acordo completo", declarou Wang antes de reunir-se com o chanceler iraniano, Mohammad Yavad Zarif.
O ministro chinês apresentou os dois cenários mais factíveis para a negociação: algum tipo de acordo, que poderia ser não definitivo e precisar de mais debates, ou prolongar diretamente os contatos.
O Departamento de Estado americano informou hoje que seu titular, John Kerry, se encontrará novamente com Zarif, a sétima reunião em cinco dias, e depois com seus colegas do G5+1. Também haverá um encontro entre todas as partes.
O esforço negociador começou em novembro do ano passado com um roteiro pelo qual o Irã se comprometeu a paralisar parte de seu programa nuclear em troca de um certo relaxamento das sanções internacionais que estrangulam sua economia.
Os seis meses de prazo deste processo foram prorrogados em julho, quando se fixou a data de 24 de novembro como limite para se chegar a um acordo.
A possibilidade de ser estabelecido um novo prolongamento das negociações ou, inclusive, que se assine um simples acordo marco que demore meses para ser aplicado, poderá ser uma vitória para os setores mais duros, tanto em Washington como em Teerã, que criticaram desde o princípio um diálogo com um país "inimigo".
A quantidade de combustível nuclear, de uso militar e civil, que será permitido ao Irã produzir, a velocidade da retirada das sanções e o tempo em que o programa será submetido a controles são os principais assuntos que impedem um acordo final.