Começa julgamento de chinês defensor dos direitos humanos
"Pu Zhiqiang é inocente!", gritavam dezenas de pessoas reunidas em frente ao Segundo Tribunal Intermediário Popular de Pequim
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2015 às 09h59.
O julgamento do advogado chinês defensor dos direitos humanos Pu Zhiqiang, processado por textos críticos ao regime, aconteceu nesta segunda-feira, em Pequim, sob forte controle das forças policiais, que afastaram violentamente manifestantes que expressavam apoio.
"Pu Zhiqiang é inocente!", gritavam dezenas de pessoas reunidas em frente ao Segundo Tribunal Intermediário Popular de Pequim.
Os manifestantes foram afastados com truculência pelos policiais no local.
Pelo menos três pessoas foram presas, enquanto outras duas outras foram imobilizadas no chão, constatou um jornalista da AFP.
Pu Zhiqiang, de 50 anos, tinha defendido vítimas dos campos de reeducação através do trabalho, incluindo o famoso artista Ai Weiwei.
Preso há um ano e meio, ele foi acusado de "incitar o ódio étnico" e de ter "provocado discussões e fomentado distúrbios", acusações que o fazem incorrer a uma sentença de oito anos de acordo com seu advogado.
Durante uma audiência de menos de quatro horas, o tribunal examinou nesta segunda as provas apresentadas contra ele: sete mensagens postagens na plataforma Sina Weibo, onde criticava duramente a legitimidade do Partido Comunista e suas políticas.
O tribunal ainda não pronunciou seu veredicto.
"Respeitar as leis chinesas"
As autoridades "não têm humanidade, como podem falar sobre direitos humanos? No exterior, o governo fala sobre democracia e direitos humanos, mas aqui nada disso existe", declarou à AFP Bao Renpu, uma das manifestantes.
Um ex-cliente de Pu, Xie Sunming, viajou de carro por mais de 20 horas desde Chongqing (sudoeste), com medo de ser preso se tomasse o trem ou avião.
"Eles não vão nos deixar entrar no tribunal, mas isso não importa. Estou aqui para apoiar Pu, um bom homem que me ajudou imensamente", declarou Xie à AFP.
Ele foi condenado em 2009 a um ano de trabalhos forçados por uma mensagem de vinte caracteres em que acusava um funcionário local da corrupção.
Guardas à paisana também afastaram violentamente os jornalistas e diplomatas presentes.
"Quando você vem a China, você deve respeitar as leis chinesas", disse um policial a um repórter.
"Os advogados e representantes da sociedade civil não deveriam ser alvos de uma repressão implacável, mas serem autorizados a participar na criação de uma China próspera e estável", declarou Dan Biers, um conselheiro político americano.
"Exigimos a libertação de Pu e instamos a China a respeitar os direitos civis fundamentais", disse ele. Outro diplomata, falando em nome da União Europeia, foi bruscamente interrompido pela polícia.
Em um país onde a justiça continua a ser rigidamente controlada pelas autoridades, a condenação de Pu Zhiqiang é quase certa.
Em várias mensagens postadas na internet, Pu questionava a legitimidade e competência dos funcionários do regime comunista, denunciando suas "mentiras" e "hipocrisia".
Ele também criticou as restrições culturais e religiosas impostas por Pequim no Tibete e em Xinjiang - vasta região predominantemente muçulmana no oeste do país.
Desde a chegada ao poder do presidente Xi Jinping, Pequim tem claramente endurecido a repressão contra vozes críticas que emanam da sociedade civil - juristas, ativistas e universitários -, com centenas de detenções.
Dezenas de advogados defensores dos direitos Humanos foram detidos em julho em todo o país.
O julgamento do advogado chinês defensor dos direitos humanos Pu Zhiqiang, processado por textos críticos ao regime, aconteceu nesta segunda-feira, em Pequim, sob forte controle das forças policiais, que afastaram violentamente manifestantes que expressavam apoio.
"Pu Zhiqiang é inocente!", gritavam dezenas de pessoas reunidas em frente ao Segundo Tribunal Intermediário Popular de Pequim.
Os manifestantes foram afastados com truculência pelos policiais no local.
Pelo menos três pessoas foram presas, enquanto outras duas outras foram imobilizadas no chão, constatou um jornalista da AFP.
Pu Zhiqiang, de 50 anos, tinha defendido vítimas dos campos de reeducação através do trabalho, incluindo o famoso artista Ai Weiwei.
Preso há um ano e meio, ele foi acusado de "incitar o ódio étnico" e de ter "provocado discussões e fomentado distúrbios", acusações que o fazem incorrer a uma sentença de oito anos de acordo com seu advogado.
Durante uma audiência de menos de quatro horas, o tribunal examinou nesta segunda as provas apresentadas contra ele: sete mensagens postagens na plataforma Sina Weibo, onde criticava duramente a legitimidade do Partido Comunista e suas políticas.
O tribunal ainda não pronunciou seu veredicto.
"Respeitar as leis chinesas"
As autoridades "não têm humanidade, como podem falar sobre direitos humanos? No exterior, o governo fala sobre democracia e direitos humanos, mas aqui nada disso existe", declarou à AFP Bao Renpu, uma das manifestantes.
Um ex-cliente de Pu, Xie Sunming, viajou de carro por mais de 20 horas desde Chongqing (sudoeste), com medo de ser preso se tomasse o trem ou avião.
"Eles não vão nos deixar entrar no tribunal, mas isso não importa. Estou aqui para apoiar Pu, um bom homem que me ajudou imensamente", declarou Xie à AFP.
Ele foi condenado em 2009 a um ano de trabalhos forçados por uma mensagem de vinte caracteres em que acusava um funcionário local da corrupção.
Guardas à paisana também afastaram violentamente os jornalistas e diplomatas presentes.
"Quando você vem a China, você deve respeitar as leis chinesas", disse um policial a um repórter.
"Os advogados e representantes da sociedade civil não deveriam ser alvos de uma repressão implacável, mas serem autorizados a participar na criação de uma China próspera e estável", declarou Dan Biers, um conselheiro político americano.
"Exigimos a libertação de Pu e instamos a China a respeitar os direitos civis fundamentais", disse ele. Outro diplomata, falando em nome da União Europeia, foi bruscamente interrompido pela polícia.
Em um país onde a justiça continua a ser rigidamente controlada pelas autoridades, a condenação de Pu Zhiqiang é quase certa.
Em várias mensagens postadas na internet, Pu questionava a legitimidade e competência dos funcionários do regime comunista, denunciando suas "mentiras" e "hipocrisia".
Ele também criticou as restrições culturais e religiosas impostas por Pequim no Tibete e em Xinjiang - vasta região predominantemente muçulmana no oeste do país.
Desde a chegada ao poder do presidente Xi Jinping, Pequim tem claramente endurecido a repressão contra vozes críticas que emanam da sociedade civil - juristas, ativistas e universitários -, com centenas de detenções.
Dezenas de advogados defensores dos direitos Humanos foram detidos em julho em todo o país.