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Começa construção de ensecadeira em Belo Monte

A estrutura desvia uma parte do rio para que as máquinas trabalhem em uma área seca; para índios, obra compromete qualidade das águas do Xingu

Grupo de indígenas Arara, que vivem na região da usina, denunciou hoje ao Ministério Público Federal (MPF) no Pará a mudança nas condições da água (Paulo Jares/VEJA)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 19h23.

Brasília - O consórcio Norte Energia, responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte , no Rio Xingu (PA), informou hoje que iniciou uma nova etapa nas obras da usina, com a construção de uma ensecadeira na margem esquerda do Xingu.

A estrutura desvia uma parte do rio para que as máquinas trabalhem em uma área seca. A ensecadeira está sendo construída no Sítio Pimental, um dos três canteiros de obra do empreendimento que vai abrigar a casa de força complementar da usina.

Segundo o consórcio, a obra no leito do rio está de acordo com as diretrizes da Licença de Instalação emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em junho de 2011.

No entanto, um grupo de indígenas Arara, que vivem na região da usina, denunciou hoje ao Ministério Público Federal (MPF) no Pará a mudança nas condições da água, que está ficando barrenta por causa das obras da ensecadeira. Os índios argumentam que dependem da água do Xingu para beber e cozinhar.

“A comunidade indígena está preocupada com a qualidade da água do Rio Xingu, pois não possuímos poço e utilizamos a água do Xingu para beber e cozinhar. A água já está barrenta e os indígenas já estão ingerindo essa água”, diz o documento assinado pelas lideranças Arara e entregue ao MPF.

Em nota, o consórcio reconhece que está havendo lançamento de sedimentos na água, mas diz que o problema é temporário. “É natural que uma pequena parte da terra seja carreada pelo rio nesta fase da construção da ensecadeira. Isto será eliminado, nos próximos dias, com a conclusão dessa ensecadeira”.


Os indígenas pedem “providências urgentes e imediatas para garantir a qualidade da água consumida pela aldeia”. O MPF quer que o Ibama e a Agência Nacional de Águas (ANA) enviem equipes ao local para uma vistoria urgente e análise da qualidade da água que chega às aldeias.

As intervenções no leito do Rio Xingu para as obras de Belo Monte ficaram suspensas entre setembro e dezembro de 2011 por uma liminar concedida pelo juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins, da 9ª Vara Federal no Pará.

Em setembro, o magistrado acolheu uma ação da Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat), que argumentou que o desvio do rio para construção da barragem pode prejudicar cerca de mil famílias que dependem da pesca. Em dezembro, o juiz voltou atrás de sua própria decisão e suspendeu a liminar, autorizando a retomada das obras.

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A estrutura desvia uma parte do rio para que as máquinas trabalhem em uma área seca. A ensecadeira está sendo construída no Sítio Pimental, um dos três canteiros de obra do empreendimento que vai abrigar a casa de força complementar da usina.

Segundo o consórcio, a obra no leito do rio está de acordo com as diretrizes da Licença de Instalação emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em junho de 2011.

No entanto, um grupo de indígenas Arara, que vivem na região da usina, denunciou hoje ao Ministério Público Federal (MPF) no Pará a mudança nas condições da água, que está ficando barrenta por causa das obras da ensecadeira. Os índios argumentam que dependem da água do Xingu para beber e cozinhar.

“A comunidade indígena está preocupada com a qualidade da água do Rio Xingu, pois não possuímos poço e utilizamos a água do Xingu para beber e cozinhar. A água já está barrenta e os indígenas já estão ingerindo essa água”, diz o documento assinado pelas lideranças Arara e entregue ao MPF.

Em nota, o consórcio reconhece que está havendo lançamento de sedimentos na água, mas diz que o problema é temporário. “É natural que uma pequena parte da terra seja carreada pelo rio nesta fase da construção da ensecadeira. Isto será eliminado, nos próximos dias, com a conclusão dessa ensecadeira”.


Os indígenas pedem “providências urgentes e imediatas para garantir a qualidade da água consumida pela aldeia”. O MPF quer que o Ibama e a Agência Nacional de Águas (ANA) enviem equipes ao local para uma vistoria urgente e análise da qualidade da água que chega às aldeias.

As intervenções no leito do Rio Xingu para as obras de Belo Monte ficaram suspensas entre setembro e dezembro de 2011 por uma liminar concedida pelo juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins, da 9ª Vara Federal no Pará.

Em setembro, o magistrado acolheu uma ação da Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat), que argumentou que o desvio do rio para construção da barragem pode prejudicar cerca de mil famílias que dependem da pesca. Em dezembro, o juiz voltou atrás de sua própria decisão e suspendeu a liminar, autorizando a retomada das obras.

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