Exame Logo

Começa 17º ciclo de conversações entre governo e Farc

A mesa de negociação entre o governo colombiano e as Farc retoma os diálogos do processo de paz em Havana, Cuba

Representantes do governo colombiano e das Farc: negociadores iniciam hoje a discussão do terceiro ponto da agenda: soluções para o problema das drogas (Desmond Boylan/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 09h07.

Bogotá – A mesa de negociação entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ) retoma hoje (28) os diálogos do processo de paz em Havana, Cuba. Os negociadores iniciam o décimo sétimo ciclo de conversações em busca de uma "Colômbia sem coca", disse o chefe da equipe negociadora do governo, Humberto de la Calle, antes de partir para Havana nessa quinta-feira.

Após quase seis meses de negociação sobre a participação política da Farc em um eventual processo de paz, os negociadores iniciam hoje a discussão do terceiro ponto da agenda: soluções para o problema das drogas ilegais no país.

“Queremos um campo sem coca. Queremos que nossos camponeses deixem para trás esses cultivos que só deixaram violência, pobreza e marginalidade nessas regiões. Queremos colocar na mesa o tema do processamento e da comercialização de drogas, que alimenta o conflito e a criminalidade”, acrescentou de la Calle, em rápida entrevista coletiva.

Em momentos anteriores, as Farc sinalizaram que o debate do tema é importante e propuseram, inclusive, que a produção de coca e maconha possam ser legalizadas no país, como alternativa de renda para os camponeses e agricultores familiares.

O assunto já foi abordado em fóruns de cidadania que discutiram soluções para o problema das drogas no âmbito do conflito. Assim como o discurso das Farc, o governo também começou a adotar essa possibilidade como alternativa, ainda que de forma discreta.


Humberto de la Calle disse que para pensar em um país sem conflito é necessário atacar o problema das drogas e dos cultivos ilícitos. “Não haverá fim do conflito verdadeiro sem atacar profundamente esse fenômeno”, destacou. Ele lembrou, porém, que o país quer encontrar novas maneiras de reforçar os programas de saúde pública e combater o consumo.

Ao iniciar a discussão do tema, o governo contará com dois novos reforços na equipe negociadora, María Paulina Riveros e Nigeria Rentería. La Calle explicou que elas vão ajudar na busca de consenso para o tema das drogas no país, assunto que está diretamente relacionado ao desenvolvimento agrário (primeiro tema tratado durante o processo).

Em junho deste ano, a Agência Brasil viajou por regiões colombianas em que o conflito armado segue ativo. Em Toríbio, no departamento colombiano de Cauca, a reportagem conheceu zonas com intensa presença das Farc e constatou a relação entre a guerra, os cultivos ilegais de coca e maconha e a pobreza.

A mesa que negocia o fim do conflito colombiano completou um ano de trabalho neste mês de novembro. Até agora houve acordo parcial sobre o tema agrário e a participação política das Farc. Depois de discutir soluções para o problema das drogas, a agenda ainda terá que avaliar mais três assuntos - a reparação das vítimas do conflito, o desarmamento e a desmobilização de guerrilheiros e as garantias para o cumprimento dos acordos firmados.

Veja também

Bogotá – A mesa de negociação entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ) retoma hoje (28) os diálogos do processo de paz em Havana, Cuba. Os negociadores iniciam o décimo sétimo ciclo de conversações em busca de uma "Colômbia sem coca", disse o chefe da equipe negociadora do governo, Humberto de la Calle, antes de partir para Havana nessa quinta-feira.

Após quase seis meses de negociação sobre a participação política da Farc em um eventual processo de paz, os negociadores iniciam hoje a discussão do terceiro ponto da agenda: soluções para o problema das drogas ilegais no país.

“Queremos um campo sem coca. Queremos que nossos camponeses deixem para trás esses cultivos que só deixaram violência, pobreza e marginalidade nessas regiões. Queremos colocar na mesa o tema do processamento e da comercialização de drogas, que alimenta o conflito e a criminalidade”, acrescentou de la Calle, em rápida entrevista coletiva.

Em momentos anteriores, as Farc sinalizaram que o debate do tema é importante e propuseram, inclusive, que a produção de coca e maconha possam ser legalizadas no país, como alternativa de renda para os camponeses e agricultores familiares.

O assunto já foi abordado em fóruns de cidadania que discutiram soluções para o problema das drogas no âmbito do conflito. Assim como o discurso das Farc, o governo também começou a adotar essa possibilidade como alternativa, ainda que de forma discreta.


Humberto de la Calle disse que para pensar em um país sem conflito é necessário atacar o problema das drogas e dos cultivos ilícitos. “Não haverá fim do conflito verdadeiro sem atacar profundamente esse fenômeno”, destacou. Ele lembrou, porém, que o país quer encontrar novas maneiras de reforçar os programas de saúde pública e combater o consumo.

Ao iniciar a discussão do tema, o governo contará com dois novos reforços na equipe negociadora, María Paulina Riveros e Nigeria Rentería. La Calle explicou que elas vão ajudar na busca de consenso para o tema das drogas no país, assunto que está diretamente relacionado ao desenvolvimento agrário (primeiro tema tratado durante o processo).

Em junho deste ano, a Agência Brasil viajou por regiões colombianas em que o conflito armado segue ativo. Em Toríbio, no departamento colombiano de Cauca, a reportagem conheceu zonas com intensa presença das Farc e constatou a relação entre a guerra, os cultivos ilegais de coca e maconha e a pobreza.

A mesa que negocia o fim do conflito colombiano completou um ano de trabalho neste mês de novembro. Até agora houve acordo parcial sobre o tema agrário e a participação política das Farc. Depois de discutir soluções para o problema das drogas, a agenda ainda terá que avaliar mais três assuntos - a reparação das vítimas do conflito, o desarmamento e a desmobilização de guerrilheiros e as garantias para o cumprimento dos acordos firmados.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcPolítica

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame