Comboio russo inicia processo alfandegário na Ucrânia
O porta-voz do distrito aduaneiro sul russo, Rayan Farukshin, informou que 16 veículos entraram no dia anterior na zona alfandegária da Rússia
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 16h54.
Kiev, Ucrânia - Alguns dos caminhões enviados pelo governo da Rússia para a Ucrânia em um comboio de suposta ajuda humanitária começaram nesta quinta-feira o processo de desembaraço alfandegário.
Os veículos estão parados na fronteira entre os dois países, próximos ao território controlado por separatistas pró-Rússia no leste ucraniano, informou o serviço de guardas da alfândega.
O porta-voz do distrito aduaneiro sul russo, Rayan Farukshin, informou que 16 veículos entraram no dia anterior na zona alfandegária da Rússia, que se liga à cidade de Izvaryne na Ucrânia.
Ele contou que quatro caminhões foram liberados do lado russo e outros quatro ainda estavam sendo checados. Depois, o comboio precisará receber a aprovação ucraniana.
Os russos têm tentado enviar à Ucrânia cerca de 200 caminhões levando o que eles dizem ser ajuda humanitária para ajudar civis na cidade de Luhansk, mas os ucranianos temem que a movimentação seja um esquema para mandar apoio aos rebeldes.
O comboio segue estacionado na divisa há uma semana, em uma disputa pelas condições sob as quais a Ucrânia vai permitir a entrada dos caminhões.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que já realizou todas as medidas preparatórias necessárias para o comboio.
A agência afirmou que está pronta para entregar a ajuda humanitária a Luhansk se tanto a Rússia como a Ucrânia concordarem sobre o conteúdo estritamente humanitário dos caminhões e se todos os envolvidos no conflito garantirem a passagem segura da Cruz Vermelha.
Partes do leste da Ucrânia sofreram sérios prejuízos durante o conflito desta quinta-feira.
Soldados ucranianos continuam combatendo os rebeldes em Luhansk, em uma tentativa de retomar o controle da cidade dominada por separatistas.
Na quarta-feira, o governo afirmou que conseguiu reconquistar o poder de boa parte da fortaleza insurgente.
A cidade está sob ataque há 19 dias. Faltam suprimentos básicos como água ou eletricidade.
Moradores lutam para sobreviver, disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
"As pessoas quase não deixam suas casa por temerem acabar no meio do conflito, com bombardeios intermitentes na área residencial colocando civis em risco", relatou a agência.
Enquanto isso, cinco soldados e dois civis foram mortos nas últimas 24 horas nos territórios controlados pelos rebeldes, dizem autoridades. Na quarta-feira, morreram cerca de 50 pessoas na região.
A Ucrânia também busca uma saída diplomática para o conflito.
O presidente Petro Poroshenko vai receber a chanceler alemã, Angela Merkel, e viajará a Minsk, na Bielo-Rússia, na próxima semana para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, autoridades da União Europeia e líderes do Casaquistão e da Bielo-Rússia.
Durante uma visita à cidade sulista de Mykolaiv nesta quinta-feira, Poroshenko disse que ele espera chegar a um acordo de paz.
"Nós vamos a Minsk para falar sobre a paz", afirmou o presidente. "O mundo todo está cansado da guerra."
Com informações da Associated Press.