Mundo

Combates no leste da Ucrânia deixam 12 mortos

Ocidentais intensificaram esforços diplomáticos para salvar o cessar-fogo, constantemente violado no leste da Ucrânia, onde 12 já morreram nas últimas 24 horas


	Blindados ucraniano na região de Donetsk, no leste do país
 (Anatoli Boiko/AFP)

Blindados ucraniano na região de Donetsk, no leste do país (Anatoli Boiko/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 12h44.

Donetsk - Os ocidentais intensificaram nesta terça-feira seus esforços diplomáticos para salvar o cessar-fogo, constantemente violado no leste da Ucrânia, onde os combates entre o exército e os separatistas pró-russos deixaram 12 civis e militares mortos em 24 horas.

Jornalistas da AFP em Donetsk ouviram durante a manhã fortes detonações e explosões procedentes do aeroporto, depois de um intenso tiroteio na segunda-feira ao anoitecer na mesma zona.

Este aeroporto de Donetsk, o único reduto que o exército ucraniano afirma controlar desde o mês de maio em uma cidade totalmente dominada pelos separatistas, está no centro de intensos combates há mais de uma semana.

Por sua vez, os insurgentes também reivindicam um controle quase total desta instalação, que pode facilitar a circulação de ajuda procedente da Rússia.

"Os rebeldes continuam com suas tentativas de atacar o aeroporto, seguem atirando contra as posições dos militares ucranianos em seu território", anunciou o centro de imprensa da operação do exército regular contra os separatistas.

Cinco soldados ucranianos morreram em 24 horas, um dos balanços diários mais elevados desde a instauração, no início de setembro, do cessar-fogo.

O exército diz ter repelido um ataque rebelde perto de Mariupol, às margens do Mar de Azov, no sudeste da Ucrânia.

Estes ataques ocorreram embora uma trégua, instaurada em 5 de setembro e consolidada no dia 20 de setembro, supostamente devesse permitir a criação de uma zona desmilitarizada ao longo da linha de frente.

No entanto, quatro civis morreram na segunda-feira em Donetsk e três na região vizinha de Lugansk, segundo as autoridades locais, demonstrando mais uma vez a fragilidade do processo de paz.

Alemanha pede ajuda à Rússia

Segundo o ministério ucraniano das Relações Exteriores, o cessar-fogo foi violado mais de 1.200 vezes, o que custou a vida de 88 pessoas: 56 militares e 32 civis.

Esta situação foi o tema na segunda-feira de um conversa telefônica entre o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e a chanceler alemã, Angela Merkel, que, segundo Kiev, constataram "a falta de progressos importantes na aplicação do cessar-fogo".

O porta-voz da chanceler ressaltou ao fim desta conversa que "a Rússia deve exercer sua influência de uma forma muito mais pronunciada sobre os separatistas para contribuir a uma estabilização".

"O prosseguimento dos disparos dos insurgentes ameaça o plano de paz", insistiu a presidência ucraniana.

A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), encarregada de observar o cessar-fogo, anunciou na segunda-feira que dois primeiros aviões teleguiados (drones), de fabricação austríaca, haviam chegado à Ucrânia.

A OSCE espera no total quatro aeronaves que poderão sobrevoar a fronteira russo-ucraniana, assim como as zonas de combate. Espera-se que ajudem esta organização a descobrir mais facilmente os autores de violações da trégua.

Por sua vez, os Estados Unidos enviaram a Kiev a principal responsável pelas questões europeias no Departamento de Estado, Victoria Nuland, que entregará na quarta-feira aos guardas fronteiriços ucranianos equipamentos que permitirão reforçar a fronteira.

Acompanhe tudo sobre:MortesUcrâniaViolência política

Mais de Mundo

Rivais desistem, e Kamala Harris tem caminho livre para garantir candidatura presidencial

Kamala Harris será candidata? Veja as 3 questões que vão definir isso

Eleições Venezuela: cinco pontos importantes para entender o contexto econômico e político do país

Eleições da Venezuela acontecem no domingo, em meio a ameaças e esperança de mudança

Mais na Exame