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Combate à degradação florestal é tema de debate mundial

Objetivo do encontro é avaliar a inclusão das dinâmicas florestais nos modelos de contabilidade das florestas e outros usos da terra


	Universidade de Brasília: local recebe o Workshop de Monitoramento das Dinâmicas Florestais
 (Divulgação)

Universidade de Brasília: local recebe o Workshop de Monitoramento das Dinâmicas Florestais (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 14h13.

Brasília - Especialistas de vários centros de pesquisa do mundo se reúnem esta semana em Brasília para o Workshop de Monitoramento das Dinâmicas Florestais - Estoques de Carbono, Fluxos de Gases de Efeito Estufa e Biodiversidade, organizado pelo Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB).

O objetivo do encontro é avaliar a inclusão das dinâmicas florestais (degradação e regeneração) nos modelos de contabilidade das florestas e outros usos da terra. Com isso, os pesquisadores querem apoiar a criação e a implementação de políticas públicas para a conservação e gestão sustentável das florestas.

O workshop começou hoje (2) e segue até o dia 4, na sede da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos, no campus da UnB. Na quinta-feira (4), a partir das 14h30, haverá uma mesa aberta ao público com a apresentação de algumas discussões do evento.

Segundo a pesquisadora da UnB Mercedes Bustamante, o Brasil tem avançado no monitoramento e controle do desmatamento, mas precisa também focar nas questões de degradação e regeneração. “Que se comece a olhar as transformações na floresta, que vai perdendo as funções ecológicas com o impacto das queimadas e da extração de madeira. Olhar os aspectos de degradação, que é um acompanhamento muito mais difícil de ser feito”, explicou Bustamante.

Embora já existam dados parciais sobre degradação, ainda não é possível dimensionar o impacto dessa dinâmica florestal sobre os biomas, as emissões de gases de efeito estufa e a perda de biodiversidade no território brasileiro.

O desmatamento é o corte raso e evidente da floresta. Já a degradação ocorre por baixo da copa das árvores e consiste na perda de vegetação por queimadas e exploração de madeira, que é um processo mais lento, que pode ser revertido, com a regeneração da floresta, ou evoluir para um desmatamento.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apresentou em agosto o mapeamento das áreas de degradação florestal na Amazônia Legal para os anos de 2011, 2012 e 2013. Esse levantamento é feito pelo Projeto de Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira ( Degrad), desde 2007, para identificar áreas que estão expostas à degradação florestal progressiva.

As imagens de satélite, com áreas mínimas de 6,25 hectares, são as mesmas utilizadas no Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônia por Satélite ( Prodes) que identifica anualmente o desmatamento na região.

Nos anos de 2011, 2012 e 2013, foram apontadas áreas de 24.650 quilômetros quadrados (km²), 8.634 km² e 5.434 km², respectivamente, que apresentam algum estágio de degradação na Amazônia Legal. As análises dos projetos permitem identificar o quanto da degradação florestal de determinado ano é convertida para corte raso nos anos seguintes.

Os projetos Degrad, o Prodes e de Sistema de detecção de mapeamento em tempo real ( Deter) formam um conjunto de sistemas para monitoramento e acompanhamento do estado da floresta. O Deter utiliza imagens que possibilitam detectar desmatamento com área maior que 25 hectares e servem apenas para orientar a fiscalização em terra.

Nos meses de junho e julho, 1.264 km² de áreas de alerta de desmatamento e degradação na Amazônia foram identificados pelo Deter.

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