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Com Sandy, Obama fica em destaque e Romney, como espectador

A "surpresa de outubro", evento capaz de perturbar a eleição presidencial, adquiriu a forma neste ano de uma tempestade extratropical

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 15h45.

Kettering - Barack Obama foi beneficiado nesta terça-feira pela autoridade natural de um presidente em exercício frente à supertempestade Sandy, enquanto seu adversário republicano, Mitt Romney, tentava sair da posição de espectador, a uma semana da eleição presidencial americana.

A "surpresa de outubro", evento capaz de perturbar a eleição presidencial, adquiriu a forma neste ano de uma tempestade extratropical, que atingiu o nordeste do país na madrugada de segunda para terça-feira, causando ao menos 16 mortes e importantes perdas econômicas, principalmente em Nova Jersey e Nova York.

Mas o complexo sistema eleitoral americano e a incerteza geral da eleição torna prematura qualquer análise sobre o potencial impacto do desastre nos resultados de 6 de novembro.

Nesta terça-feira, Romney e Obama não pareciam dispostos a explorar a passagem do fenômeno climático para fins eleitorais. Era impossível fazer campanha na Virgínia (leste), onde 120.000 casas ficaram sem energia elétrica nesta manhã, ou em Filadélfia e Pensilvânia (leste), onde os cortes de energia atingiram 400.000 habitantes.

"A prioridade é a segurança e o apoio às vítimas", declarou à AFP uma fonte ligada a Mitt Romney. "As decisões desta campanha devem levar isso em conta". Mas deixar de fazer campanha significa para o republicano perder pontos no fim de uma corrida extremamente equilibrada.

Por outro lado, ele não pode atacar frontalmente Obama, no momento em que o presidente garimpa a sua imagem como um líder em tempos de crise.

Ao contrário do presidente, Romney esteve em dois atos eleitorais na segunda-feira e participou de um evento para "ajudar" as vítimas nesta terça em Kettering, no estado-chave de Ohio (norte).


Já Obama interrompeu sua campanha para administrar a crise a partir da Casa Branca. Desde o início da manhã, a presidência indicou que o mandatário acompanhou "durante toda a noite" os acontecimentos relacionados ao furacão Sandy.

Ele recebeu um elogio inesperado e bem-vindo de um dos mais fortes defensores do republicano Mitt Romney, o governador de Nova Jersey, Chris Christie.

Christie, que desde o início da campanha não poupou críticas a Obama, apareceu na televisão na manhã desta terça-feira elogiando o presidente por sua gestão decisiva na assistência federal ao seu estado.

"O presidente tem sido formidável. Falei com ele três vezes ontem, ele me ligou pela última vez à meia-noite para me perguntar do que eu precisava, e eu o pedi para agilizar o anúncio de uma grande catástrofe", explicou no canal MSNBC.

"Ele não falou uma única vez em eleição, e se ele próprio, que é candidato, não fala, você pode ter a certeza de que os moradores de Nova Jersey também não estão interessados", acrescentou o governador na CNN.

Obama e Romney se apressaram em visitar a Louisiana (Sul) em agosto após a tempestade Isaac, cientes de que os danos causados pelo furacão Katrina sete anos antes sob o comando do presidente George W. Bush.

Passado o momento de emergência, Mitt Romney poderá ser questionado sobre suas declarações em junho de 2011 sobre o papel do governo no gerenciamento de catástrofes, no momento em que o candidato se esforçava para convencer os ultraconservadores de que era um deles.

Alguns meios de comunicação transmitiram um trecho de um debate em que Mitt Romney parecia questionar o papel e o financiamento da agência federal responsável por situações de crise (FEMA), que teve grande importância já na segunda-feira.

"Sempre que temos a oportunidade de pegar algo do governo federal e de confiá-lo aos estados, este é o rumo certo a seguir. E se pudermos ir mais longe e confiar ao setor privado, é ainda melhor", disse.

Desde domingo, todas as emissoras de televisão reduziram sua cobertura da campanha. E a falta de eletricidade e de telefone pode dificultar o trabalho dos institutos de pesquisa, sobretudo no estado-chave da Virgínia. O impacto sobre a votação antecipada permanece incerto.

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