Com Merkel e Marin, presença feminina bate recorde em Davos
Em 2014, elas eram 14% dos participantes no fórum econômico; em 2020, representam 28% dos 2820 integrantes das delegações
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 06h05.
Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 06h42.
São Paulo — Considerada a mulher mais poderosa do mundo, Angela Merkel , chanceler alemã, deverá falar hoje às 10h15, no horário de Brasília, no Fórum Econômico, em Davos, na Suíça.
A transição energética da Alemanha em direção a fontes renováveis, a defesa à globalização em oposição ao nacionalismo e os desafios da intensa imigração na Europa dominaram o discurso da chefe de estado em 2019.
Neste ano, os holofotes devem se voltar para as diferenças entre as posições da chanceler e do presidente americano Donald Trump — que ao contrário do que aconteceu em 2019, esteve presente ao evento.
Na semana passada, numa entrevista ao jornal britânico Financial Times, a chanceler se posicionou contrária à pressão comercial de Trump à China. Ela afirmou não querer desmantelar cadeias de suprimento globais em nome do que chamou de “competição econômica”.
Pelo sexto ano seguido, a parcela de mulheres presentes no encontro cinquentenário aumentou. Elas ainda são minoria absoluta, no entanto, e representam 24% dos 2820 integrantes das delegações. Em 2014, eram 14%. No ano passado, 22%. Além de Angela Merkel, outras protagonistas do encontro sobem ao palco entre hoje e amanhã.
Na manhã de hoje, Sanna Marin, primeira-ministra finlandesa participou de um debate a respeito da construção de uma sociedade mais igualitária. Ela mesma incorpora um exemplo da lentidão nessa ascensão. Desde dezembro, Sanna se tornou a primeira mulher e pessoa mais jovem a assumir o posto no país, aos 34 anos.
Também é a mais jovem mulher chefe de estado no mundo. As mudanças climáticas estão no centro de sua agenda. A Finlândia anunciou a intenção de se tornar carbono zero , ou seja, zerar ou compensar totalmente as emissões de carbono, até 2035.
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, falará na sexta, último dia do evento. O painel será a respeito de medidas fiscais e monetárias para frear um encolhimento da economia em 2020.