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Com calor recorde, Califórnia enfrenta novos incêndios florestais

Em apenas dois dias desde que foi identificado, o fogo já destruiu mais de 5.700 hectares. Autoridades admitem que incêncio avança sem controle

onsiderado "explosivo" pelas autoridades, o incêndio deixa casas e veículos destruídos em seu rastro (Justin Sullivan/Getty Images)

onsiderado "explosivo" pelas autoridades, o incêndio deixa casas e veículos destruídos em seu rastro (Justin Sullivan/Getty Images)

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AFP

Publicado em 24 de julho de 2022 às 20h25.

Um grande incêndio florestal na Califórnia se espalhou no início da manhã deste domingo (24), queimando vários milhares de acres e forçando evacuações, enquanto milhões de americanos enfrentam um calor recorde que deve se intensificar.

Mais de 2.000 bombeiros, apoiados por 17 helicópteros, foram mobilizados contra o incêndio Oak, que começou na sexta-feira na Califórnia, perto do Parque Nacional de Yosemite, informou o Serviço de Proteção Florestal da Califórnia (CAL FIRE).

Em apenas dois dias desde que foi identificado, o fogo já destruiu mais de 5.700 hectares. As autoridades asseguraram que o fogo avança sem controle porque o calor e a baixa umidade "dificultam" os trabalhos dos bombeiros.

"As consequências extremas da seca levaram a um nível crítico de combustibilidade", de acordo com o relatório do CAL FIRE.

Considerado "explosivo" pelas autoridades, o incêndio deixa casas e veículos destruídos em seu rastro, enquanto equipes de emergência trabalham para evacuar moradores e proteger prédios ameaçados pelo avanço das chamas.

Dez propriedades foram destruídas, cinco danificadas e milhares estão em perigo. Mais de 6.000 pessoas foram evacuadas, disse Hector Vasquez, funcionário do CAL FIRE.

"Bombeiros de vários departamentos do estado estão chegando para ajudar a controlar o incêndio", informou Vasquez à AFP, chamando a situação de "realmente complexa".

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, declarou estado de emergência no condado de Mariposa no sábado devido a "condições extremamente perigosas para a segurança de pessoas e propriedades".

Aquecimento global

Evidências do aquecimento global podem ser vistas em outras partes do país, já que 85 milhões de americanos em mais de uma dúzia de estados receberam um alerta de calor extremo no fim de semana.
A crise levou o ex-vice-presidente Al Gore, um incansável ativista contra as mudanças climáticas, a emitir advertências severas neste domingo sobre a "inação" dos legisladores americanos.

Gore foi inflexível quando perguntado se, como prometido, o presidente Joe Biden deveria declarar uma emergência climática.

"A Mãe Natureza já declarou uma emergência global", afirmou Gore à ABC News. E "rapidamente irá piorar", acrescentou em outra entrevista à NBC.

Gore também disse que crises recentes, incluindo ondas mortais de calor na Europa, devem chamar a atenção dos membros do Congresso, que até agora se recusaram a agir sobre as mudanças climáticas.

"Acho que esses eventos extremos, que estão ficando piores e mais sérios, estão começando a mudar opiniões", concluiu.

"Calor escaldante"

O centro e o nordeste dos Estados Unidos são as regiões mais afetadas por temperaturas extremas.

"O calor escaldante continuará no meio do Atlântico e no nordeste esta noite antes que uma depressão sobre o Canadá desça na região amanhã para moderar as temperaturas", explicou o Serviço Nacional de Meteorologia neste domingo.

Mas não são esperadas quedas de temperatura em todas as regiões. Temperaturas acima de 37ºC podem ser registradas nos próximos dias em partes do leste do Kansas e Oklahoma, sul do Missouri e norte do Arkansas.

Nem mesmo o noroeste do Pacífico, geralmente mais frio, escapará do calor, já que as temperaturas devem "subir constantemente nos próximos dias, levando a possíveis novos recordes", acrescentou o serviço meteorológico.

Muitas cidades foram forçadas a abrir postos de refrigeração e aumentar a proteção de comunidades em risco, como os sem-teto e aqueles sem acesso a ar condicionado.

Uma emergência de calor está em vigor para cidades do Nordeste, incluindo Boston, Filadélfia e Washington.

Várias regiões do planeta foram atingidas por ondas de calor extremas nos últimos meses, como a Europa Ocidental em julho e a Índia em março-abril, o que, segundo os cientistas, é um sinal inequívoco de um clima mais quente.

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