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Colombianos desaprovam presença política de Farc

Dentro das negociações de paz entre governo e forças armadas, está incluída a possibilidade de que Farc concorra a determinados cargos políticos do país


	Soldados da Farc: 53,7% das pessoas entrevistadas não aceitaria uma hipotética vitória das Farc
 (Serdechny / Wikimedia Commons)

Soldados da Farc: 53,7% das pessoas entrevistadas não aceitaria uma hipotética vitória das Farc (Serdechny / Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2014 às 20h38.

Bogotá - A maioria dos colombianos apoia uma solução negociada para o conflito armado vivido há muito anos pelo país, mas desaprovam a presença política das Farc como uma organização legítima no sistema colombiano no pós-conflito, segundo a edição 2014 do estudo Barômetro das Américas, divulgada nesta terça-feira.

A ONG responsável pela publicação anual deste estudo analisou a receptividade do público para com uma hipotética participação e vitória eleitoral de ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no sistema político do país.

Dentro das negociações de paz entre o governo de Juan Manuel Santos e as Farc em Havana, realizadas desde novembro de 2012, está incluída a possibilidade de que o grupo armado concorra a determinados cargos políticos do país.

Segundo o estudo, em nível geral, 53,7% das pessoas entrevistadas não aceitaria uma hipotética vitória das Farc nas eleições locais de 2015, contra 35,1% que a apoiariam.

Já nas zonas de conflito, os resultados da pesquisa estabelecem que 45,5% das pessoas ouvidas não aceitaria o resultado eleitoral, contra 38,5% que o fariam.

O Barômetro das Américas aponta que 'os que vivem nas zonas mais afetadas pelo conflito com as Farc parecem ser um pouco mais abertos na busca de um caminho que permita à guerrilha se transformar em um ator legítimo na democracia da Colômbia em comparação com os colombianos que não vivem nas zonas de conflito'.

Quanto a uma solução negociada do conflito armado, os resultados da pesquisa realizada com dados de 2013, mas revelados neste ano, estabelecem que existe um apoio majoritário na busca da paz, o que, segundo o relatório, sugere que 'a maioria dos colombianos vê as vantagens de uma negociação para pôr fim ao conflito'.

Assim, cerca de 60% dos entrevistados nas zonas mais afetadas pelo conflito apoiou a ideia de negociar com a guerrilha contra 53% da amostra nacional.

Quanto à aceitação das Farc na democracia da Colômbia, o relatório ressalta o forte nível de desaprovação existente entre os colombianos durante várias propostas concretas que permitem uma presença política das Farc no sistema colombiano.

No entanto, nas áreas mais afetadas, em um hipotético palco de uma vitória eleitoral das Farc, a porcentagem de aceitação é maior que em nível nacional.

'Estes resultados são um tanto contraditórios e sugerem que, apesar de ainda restar um pouco de ressentimento e de oposição às Farc, existe uma predisposição subjacente entre muitos colombianos, em particular os das zonas de conflito, a aceitar uma solução política, inclusive se isso significa aceitar uma vitória eleitoral das Farc', diz o relatório.

'Não é surpreendente que os mais propensos a apoiar essa alternativa são os partidários da democracia como sistema político', sentenciou a informação.

Segundo o Barômetro da Américas, esta análise, baseada em dados da opinião pública, representa, em muitos sentidos, 'o próximo desafio do governo de Santos para sustentar o apoio público ao processo de paz'. EFE

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