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Colômbia tem registros de violação de direitos humanos

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha registrou no país, em 2012, 880 supostas violações das normas do Direito Internacional Humanitário (DIH)

Colômbia: de acordo com o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Bogotá, Jordi Raich, o número não diminuiu em relação aos anos anteriores. (Wikimedia Commons / Luis Pérez)
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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 12h51.

Brasília - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha registrou, na Colômbia , em 2012, 880 supostas violações das normas do Direito Internacional Humanitário (DIH) – conjunto de leis que protege pessoas em tempos de conflitos armados. Entre elas, mortes, ameaças, desaparecimentos, deslocamentos forçados, violência sexual e ataques contra a missão médica. O número está em relatório divulgado este ano pelo comitê.

De acordo com o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Bogotá, Jordi Raich, o número não diminuiu em relação aos anos anteriores e, apesar das negociações entre governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que ocorrem em Cuba desde o final do ano passado, a população continua sofrendo violências diariamente.

Em Brasília, após participar da primeira reunião da atuação da Cruz Vermelha em zonas de violência urbana na América, no Rio de Janeiro, Jordi Raich conversou com a Agência Brasil e o Portal EBC sobre o relatório recém-divulgado e sobre o atual momento colombiano.

Segundo ele, o número de violações refere-se apenas ao documentado pelo comitê e que no país ocorrem mais abusos. No ano passado, a organização documentou 49 casos de mortes e prestou ajuda econômica a 831 pessoas ameaçadas. O comitê registrou 161 novos casos de desaparecimento – enquanto, segundo o relatório, os dados oficiais indicam 7,5 mil novos desaparecimentos no ano. A comissão deu assistência médica a 117 novas vítimas de violência sexual.


Ele explica que, para a maioria da população colombiana, as negociações de Cuba não são sentidas. “Nas zonas de conflito, as pessoas continuam sofrendo as consequências humanitárias", disse. "Enquanto em Havana se fala em paz, a Colômbia continua em guerra", completou.

Outro ponto é que, no país, atuam outros grupos – que não as Farc – de diversos nomes, tamanhos e causas. Alguns vinculados ao narcotráfico, outros, à mineração. Essas movimentos não participam das negociações de paz e são uns dos principais causadores de violências humanitárias na Colômbia. Eles agem no meio urbano e rural, contra pobres e ricos.

"Os colombianos e colombianas têm muita esperança no processo de paz, sabem que agora não tem resultado, porque ainda não terminou [a negociação]. No entanto, não se atrevem muito a ser otimistas para que não se decepcionem, como já aconteceu outras vezes". Ele acredita que essas conversas devem continuar independentemente de troca de governo nas eleições presidenciais de 2014, pelo apoio que o processo têm do povo colombiano.

Raich também elogiou a atuação do Brasil na Colômbia. O Exército Brasileiro atua na liberação de soldados colombianos sequestrados pela guerrilha, e ajuda com pessoal, equipamentos e meios de transporte. "São operações complexas que exigem muita coordenação e pessoas experientes. Estamos muito agradecidos por esse apoio do Brasil, que sempre foi muito sério, profissional e de excelência."

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Brasília - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha registrou, na Colômbia , em 2012, 880 supostas violações das normas do Direito Internacional Humanitário (DIH) – conjunto de leis que protege pessoas em tempos de conflitos armados. Entre elas, mortes, ameaças, desaparecimentos, deslocamentos forçados, violência sexual e ataques contra a missão médica. O número está em relatório divulgado este ano pelo comitê.

De acordo com o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Bogotá, Jordi Raich, o número não diminuiu em relação aos anos anteriores e, apesar das negociações entre governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que ocorrem em Cuba desde o final do ano passado, a população continua sofrendo violências diariamente.

Em Brasília, após participar da primeira reunião da atuação da Cruz Vermelha em zonas de violência urbana na América, no Rio de Janeiro, Jordi Raich conversou com a Agência Brasil e o Portal EBC sobre o relatório recém-divulgado e sobre o atual momento colombiano.

Segundo ele, o número de violações refere-se apenas ao documentado pelo comitê e que no país ocorrem mais abusos. No ano passado, a organização documentou 49 casos de mortes e prestou ajuda econômica a 831 pessoas ameaçadas. O comitê registrou 161 novos casos de desaparecimento – enquanto, segundo o relatório, os dados oficiais indicam 7,5 mil novos desaparecimentos no ano. A comissão deu assistência médica a 117 novas vítimas de violência sexual.


Ele explica que, para a maioria da população colombiana, as negociações de Cuba não são sentidas. “Nas zonas de conflito, as pessoas continuam sofrendo as consequências humanitárias", disse. "Enquanto em Havana se fala em paz, a Colômbia continua em guerra", completou.

Outro ponto é que, no país, atuam outros grupos – que não as Farc – de diversos nomes, tamanhos e causas. Alguns vinculados ao narcotráfico, outros, à mineração. Essas movimentos não participam das negociações de paz e são uns dos principais causadores de violências humanitárias na Colômbia. Eles agem no meio urbano e rural, contra pobres e ricos.

"Os colombianos e colombianas têm muita esperança no processo de paz, sabem que agora não tem resultado, porque ainda não terminou [a negociação]. No entanto, não se atrevem muito a ser otimistas para que não se decepcionem, como já aconteceu outras vezes". Ele acredita que essas conversas devem continuar independentemente de troca de governo nas eleições presidenciais de 2014, pelo apoio que o processo têm do povo colombiano.

Raich também elogiou a atuação do Brasil na Colômbia. O Exército Brasileiro atua na liberação de soldados colombianos sequestrados pela guerrilha, e ajuda com pessoal, equipamentos e meios de transporte. "São operações complexas que exigem muita coordenação e pessoas experientes. Estamos muito agradecidos por esse apoio do Brasil, que sempre foi muito sério, profissional e de excelência."

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