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Colômbia: pela 1ª vez há lugar na ONU para debater drogas

Durante reunião, ministro da Justiça colombiano não escondeu sua satisfação em ver avanços nas Nações Unidas em relação à mudança na luta contra o narcotráfico


	Alfonso Gómez Méndez: "pela primeira vez eu vejo que nas Nações Unidas foi se abrindo um espaço" para discutir a questão das drogas e do narcotráfico, disse o ministro da Justiça colombiano 
 (Ricardo Bello/Wikimedia Commons)

Alfonso Gómez Méndez: "pela primeira vez eu vejo que nas Nações Unidas foi se abrindo um espaço" para discutir a questão das drogas e do narcotráfico, disse o ministro da Justiça colombiano  (Ricardo Bello/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 17h42.

Viena - O governo da Colômbia, um dos países mais afetados pelo narcotráfico, afirmou nesta sexta-feira que pela primeira vez vê as Nações Unidas abrirem novos espaços para debater uma mudança de rumo na luta contra as drogas.

Foi o que afirmou hoje em Viena (durante uma reunião de alto nível da ONU sobre drogas) o ministro da Justiça colombiano, Alfonso Gómez Méndez, que não escondeu sua satisfação ao ver certos avanços.

"Pela primeira vez eu vejo que nas Nações Unidas foi se abrindo um espaço", disse o ministro colombiano em entrevista concedida à Agência Efe em Viena.

A Colômbia e outro países, afirmou, "propõem que analisemos por que razão, se utilizamos todos os recursos (das convenções internacionais), o problema não pode ser resolvido".

"A verdade é que não são os sucessos desejados", detalhou ao se referir à incessante onda de violência que sofrem os países latino-americanos, especialmente Colômbia, Guatemala e México para cumprir com as três convenções internacionais de drogas (de 1961, de 1971 e 1988).

A comunidade internacional debateu nesta semana em Viena o resultado dos últimos cinco anos da estratégia mundial contra as drogas e preparou o caminho para a sessão extraordinária da Assembleia-Geral da ONU dedicada ao tema em 2016.

Em 2009, foi acordado eliminar ou reduzir significativamente a demanda de entorpecentes até 2019, um objetivo que por enquanto está longe de se cumprir, segundo admitiu a própria ONU.

Diante dessa situação, um crescente número de países, sobretudo latino-americanos, pede um debate nos fóruns internacionais para mudar a visão dessa batalha, por exemplo, rumo a um enfoque da prevenção do consumo de entorpecentes frente à repressão.

"México e Colômbia sofreram as consequências terríveis dessa chamada "guerra contra o narcotráfico" e por isso temos certa autoridade moral para pedir essa atualização, pressupondo que ninguém vai desconhecer as convenções (internacionais)", explicou Gómez Méndez.

"O que queremos é que a comunidade internacional repense e reflita que essa é uma solução que só pode ser global. E, pela primeira vez, essas opiniões são ouvidas com atenção no interior da ONU", disse o ministro colombiano.

"A prevenção precisa ser o foco principal, sem descuidar da repressão. Não é que vamos deixar a repressão da noite para o dia, mas analisemos o quê estamos fazendo em matéria de prevenção do consumo", ressaltou o ministro colombiano.

Acrescentou que "sem dúvida" um possível acordo de paz com a guerrilha das Farc terá como "efeito colateral" uma melhora da situação do narcotráfico na Colômbia.

No entanto, advertiu o ministro, "a guerrilha não nasceu com o narcotráfico e o narcotráfico também não desaparecerá necessariamente quando não tivermos guerrilhas".

"Mas, na medida em que alcançarmos um processo de paz, poderemos contribuir para a solução do problema das drogas na Colômbia", concluiu o ministro colombiano.

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