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Colômbia começa a enterrar 273 vítimas de deslizamento

Familiares desesperados faziam filas ao longo de quarteirões à procura de um necrotério para seus entes

Deslizamentos na Colômbia: saldo de mortes aumentou durante o dia à medida que as equipes de resgate faziam buscas com cães e máquinas nos escombros repletos de lama (Jaime Saldarriaga/Reuters)

Deslizamentos na Colômbia: saldo de mortes aumentou durante o dia à medida que as equipes de resgate faziam buscas com cães e máquinas nos escombros repletos de lama (Jaime Saldarriaga/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de abril de 2017 às 10h02.

Mocoa - Dezenas de corpos em decomposição foram liberados para serem enterrados na segunda-feira enquanto continuavam as buscas por vítimas das inundações e deslizamentos de terra do final de semana que devastaram uma cidade do sul da Colômbia, matando ao menos 273 pessoas.

Familiares desesperados faziam filas ao longo de quarteirões à procura de um necrotério para seus entes queridos, que morreram quando vários rios transbordaram nas primeiras horas de sábado, espalhando água, lama e destroços pelas ruas e pelas casas enquanto as pessoas ainda dormiam.

Corpos embrulhados em lençóis brancos jaziam no chão de concreto do necrotério, e as autoridades se esforçam para enterrá-los o mais rápido possível para evitar a disseminação de doenças. O governo começou uma vacinação contra infecções.

"Por favor, acelerem a entrega dos corpos porque eles estão se decompondo", disse Yadira Andrea Munoz, dona de casa de 45 anos que esperava receber os restos mortais de dois parentes mortos na tragédia.

Mas as autoridades pediram às famílias para serem pacientes. "Não queremos que corpos sejam entregues por engano", disse Carlos Eduardo Valdes, chefe do instituto de ciência forense.

O saldo de mortes aumentou durante o dia à medida que as equipes de resgate faziam buscas com cães e máquinas nos escombros repletos de lama.

Muitas famílias de Mocoa passaram dias e noites inteiros revirando os destroços com as mãos, apesar da falta de alimento, água limpa e eletricidade.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que fez uma terceira visita à área na segunda-feira, culpou a mudança climática pelo desastre, dizendo que Mocoa recebeu um terço de suas chuvas mensais costumeiras em uma única noite, o que causou o transbordamento dos rios.

Outros afirmam que o desmatamento nas montanhas dos arredores diminuiu a quantidade de árvores que impediriam que a água descesse pelas encostas expostas.

Mais de 500 pessoas estão em abrigos de emergência, e os serviços sociais ajudaram 10 crianças perdidas a encontrar os pais. O número de crianças mortas chega a 43.

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