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Colaborador da AFP morre em bombardeio na Síria

"Omar, o sírio", cujo nome verdadeiro era Mazhar Tayara, trabalhou para vários veículos, entre eles a Al-Jazeera, a CNN, The Guardian e o Die Welt

Reprodução de imagem de vídeo postado no site Youtube mostra foto recente de Mazhar Tayyara, conhecido como Omar (AFP)

Reprodução de imagem de vídeo postado no site Youtube mostra foto recente de Mazhar Tayyara, conhecido como Omar (AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 05h52.

Beirute - "Omar, o sírio", um jornalista militante que colaborava com a Agence France-Presse (AFP) morreu na noite de sexta para sábado nos bombardeios de Homs (centro), qualificados pela oposição como um "massacre", informou nesta terça-feira um de seus amigos.

O estudante de 24 anos, cujo nome verdadeiro é Mazhar Tayara, saiu de sua casa do bairro de Inshaat, em Homs, para se dirigir a Khalidiye, outro bairro dessa cidade, bombardeado pelas forças do governo, informou à AFP um amigo da vítima, que pediu para não ser identificado.

"Estava socorrendo feridos atingidos por um primeiro ataque à 01h00 da manhã, foi nesse momento que um obus o atingiu. Morreu três horas depois no hospital", completou.

"Omar o sírio" trabalhou para vários veículos, entre eles o serviço de vídeo da AFP, The Guardian e Die Welt. Também trabalhou para Al-Jazeera e para a americana CNN.

"Em abril, logo depois das manifestações, me disse que precisava fazer alguma coisa", continuou o amigo. "Começou então a protestar e depois a ajudar os poucos jornalistas estrangeiros que chegaram a entrar em Homs. Encontrou seu caminho, comprou uma câmera. Morreu fazendo o que acreditava ser o bem para o seu país", completou.

"Omar, o sírio" começou a colaborar com a AFP no fim de dezembro. Seus vídeos de tanques em Homs fazem parte dos raros testemunhos que puderam ser autentificados sobre a repressão que oprime essa cidade rebelde do centro do país.

Mais de 200 civis morreram na noite de sexta para sábado em bombardeios em Homs, segundo militantes contrários ao regime.

No entanto, é muito difícil confirmar o número de mortos com uma fonte independente, já que as autoridades sírias impõem importantes restrições à imprensa estrangeira.

Um jornalista francês, Gilles Jacquier, morreu em 11 de janeiro em um bombardeio nessa mesma cidade.

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