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Coalizão de governo da Alemanha decide endurecer política de asilo

Normativa tenta solucionar estrangulamento em alguns setores produtivos da economia, onde não há suficiente pessoal qualificado em certas profissões

Angela Merkel: acordo sucede ao que foi alcançado pela CDU da chanceler e seus parceiros (Hannibal Hanschke/Reuters)
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EFE

Publicado em 5 de julho de 2018 às 19h52.

Berlim - Os três partidos que formam a grande coalizão que governa a Alemanha - o bloco conservador e os social-democratas - chegaram nesta quinta-feira a um acordo para combater a imigração ilegal e endurecer novamente a política de asilo, segundo meios de comunicação alemães.

Este acordo sucede ao que foi alcançado na terça-feira pela União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler Angela Merkel e seus parceiros, os bávaros da União Social-Cristã (CSU), após uma crise interna que ameaçou romper sua aliança de uma década e derrubar o governo.

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Trata-se, segundo disse ao apresentar os resultados a presidente dos social-democratas, Andrea Nahles, de um "novo ordenamento da política de asilo".

O acordo foi fechado em um encontro de apenas uma hora das direções dos três partidos, uma reunião que tinha como objetivo fechar um pacto abrangente em matéria de asilo e imigração , superando as medidas individuais que estavam sendo discutidas até então.

Por um lado, o bloco conservador mantém o que decidiram seus dois partidos na segunda-feira, o que inclui a implementação na fronteira com a Áustria de centros nos quais se investigará em 48 horas se quem pedir asilo está registrado em outros parceiros europeus - e, portanto, deve ser devolvido a esse país.

Por sua vez, o Partido Social-Democrata (SPD), que já tinha exigido que esses centros não fossem "fechados", aceitou que os imigrantes sejam levados temporariamente às instalações da polícia federal.

Os conservadores, com o ministro de Interior e presidente da CSU, Horst Seehofer, à frente, conseguiram ainda que esses imigrantes sejam submetidos a um protocolo similar ao que se emprega nos aeroportos, de maneira que legalmente não se considere que entraram em território alemão.

Em troca destas cessões, os social-democratas conseguiram que siga adiante de forma acelerada sua proposta de lei de imigração - pois até ao momento a Alemanha não tem uma -, apesar das reticências da CSU neste aspecto.

Com esta normativa se tentará solucionar o estrangulamento em alguns setores produtivos da economia alemã, onde não há suficiente pessoal qualificado em certas profissões.

A proposta, que já estava no acordo de coligação selado por estas três forças em março, vai na linha do declarado hoje pela chanceler em uma coletiva de imprensa, na que falou em habilitar vias legais para a migração e se referiu a cotas de "estudantes e trabalhadores qualificados".

Além disso, os três partidos se comprometeram a acelerar o procedimento de concessão de asilo.

O plano da coalizão, no entanto, vai encontrar obstáculos, uma vez que depende de que os parceiros europeus envolvidos cooperem e aceitem de volta os imigrantes retidos na fronteira com a Alemanha que já estejam registrados nos seus países.

Nesse sentido, a Áustria já advertiu que não aceitará os imigrantes que a Alemanha rejeitar.

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