Nick Clegg: ''O Partido Conservador não está cumprindo o compromisso da reforma da Câmara dos Lordes e, como resultado desta ação, parte de nosso acordo foi quebrado'' (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2012 às 21h36.
Londres - O vice-primeiro-ministro britânico, o liberal-democrata Nick Clegg, acusou nesta segunda-feira o chefe do governo, David Cameron, de ter ''rompido'' seu acordo de coalizão por causa de um possível abandono dos planos de reforma da Câmara dos Lordes.
Em entrevista coletiva, Clegg disse que o projeto de lei sobre a reforma da câmara alta do parlamento do Reino Unido não tem possibilidades de prosperar devido à falta de apoio dos ''tories'' (conservadores).
O projeto sobre a reforma da câmara alta, defendido pelo partido de Clegg nas eleições de 2010, estabelece a redução do número de membros (para 450, dos 775 atuais) e que 80% dos políticos sejam eleitos nas urnas por um período de 15 anos.
No entanto, a reforma não foi bem recebida por alguns deputados ''tories'', que acham que as mudanças provocarão uma crise constitucional.
Neste sentido, o vice-primeiro-ministro britânico, que desde sua chegada ao poder em maio de 2010 negocia esta reforma, assinalou que Cameron não tinha conseguido reunir apoios dos deputados de seu partido para levar adiante essa reforma.
Desta forma, o líder liberal-democrata acusou seus parceiros conservadores no governo de terem quebrado o ''acordo'' de formação da coalizão, firmado em maio de 2010, e comunicou que sua formação não apoiará os ''tories'' em outros projetos.
''O Partido Conservador não está cumprindo o compromisso da reforma da Câmara dos Lordes e, como resultado desta ação, parte de nosso acordo foi quebrado'', afirmou Nick Clegg.
''Está claro que não posso permitir uma situação na qual os rebeldes conservadores possam escolher as partes do acordo que eles se interessam, enquanto os deputados liberais democratas são obrigados a assumir sua totalidade''.
Segundo Clegg, uma coalizão só pode dar resultados se a mesma trabalhar sobre uma base de ''mútuo respeito'', já que se trata de um ''acordo recíproco'' e de um compromisso ''mútuo''.
Desta maneira, o vice-primeiro-ministro informou que já comunicou o primeiro-ministro que será contrário aos planos conservadores de reformar os limites geográficos das circunscrições eleitorais antes das eleições de 2015.